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Neste contexto, o termo “obrigação moral” tornar-se-ia cada vez menos
importante, na medida que o grau de identificação com aqueles, a quem nós ajudamos,
progressivamente aumentaria. Como se daria tal progressão de identificação com nossos
semelhantes? Segundo Rorty, isso adviria de dois parâmetros: “o grau no qual nós
mencionamos eles quando contamos a nós mesmos estórias a respeito de quem nós
somos, o grau no qual a estória deles é também nossa estória” (RORTY, 1999, p. 79). A
noção de “obrigação moral” tornar-se-ia diluída e menos relevante, assim que o sentido
de identificação com o semelhante se desenvolvesse. Tal identificação, por sua vez, não
se relaciona, ao modo de Kant, com o aumento da racionalidade, mas, pelo contrário,
refere-se com o aumento da sensibilidade entre as pessoas.58
A solidariedade, como prática social da “sociedade democrática moderna”, é, na
visão etnocêntrica de Rorty, um vocábulo sempre a ser ampliado (enlarged), assim
como o próprio sentido de “etnocentrismo” rortyano, vinculado a noção de “nós
liberais”, que deve ser sempre ampliado a fim de cada vez mais alargar e diversificar o
“ethnos” [o grupo, o povo] (RORTY, 1989, p. 198). No meu entender, a aplicação do
termo “direito” deve seguir a aproximação que Rorty faz sobre as questões referentes
aos deveres de “obrigação moral” e às questões sobre