Pedro Spajari em ação
Foto: Satiro Sodré/SSPress
Tratamento na clínica ajuda nadador a
de Klinefelter e melhorar
P
edro Spajari, um dos principais velocistas do Brasil e
agora do mundo, contou com a ajuda da Pulse- Medici-
na Esportiva, para um momento essencial na sua carrei-
ra. Há quase quatro anos o atleta do Esporte Clube Pinheiros
descobriu ser portador da síndrome de Klinefelter, uma con-
dição genética em que o indivíduo masculino nasce com um
cromossomo X a mais do que o normal.
Essa alteração está relacionada com a diminuição da produ-
ção dos hormônios sexuais masculinos e isso traz alterações
físicas e comportamentais significativas. Entre elas, os baixos
níveis de testosterona, o que acarreta na escassez de produ-
ção de pelos no corpo, dificuldade de ganhar massa muscular,
queda do vigor físico e prejuízo cognitivo, além de baixa imu-
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nidade e, muitas vezes, a infertilidade.
“Fiquei muito triste. Minha mãe e meu pai
me ajudaram e deram força porque eu mo-
rava sozinho em São Paulo. Houve uma
época que eu queria parar de nadar. Pensa-
va que era inferior a todo mundo”, afirmou
Spajari à Folha de S.Paulo.
Mesmo com todas essas alterações, Spajari
nunca deixou de sonhar com o alto rendi-
mento e a seleção brasileira de natação. No
início da carreira o atleta optou pelo não
tratamento, mas em 2016, quando não con-
seguiu entrar para o time olímpico, perce-
superar obstáculos impostos pela Síndrome
performance no esporte
beu que era necessário.
O atleta procurou a Dra Ana Carolina Côr-
te, médica da Pulse – Medicina Esportiva,
que avaliou o caso e decidiu iniciar o tra-
tamento. “Foi uma decisão em conjunto.
Com o diagnóstico, revisei o que tem de
mais atual na literatura, e o tratamento
proposto é a reposição hormonal. Conver-
sei com o Pedro, expliquei que para que
ele tratasse, precisaríamos de uma auto-
rização para uso da medicação emitida
pela ABCD e FINA. E mostrei que o fato
da baixíssima produção de testosterona
o estava prejudicando em diversos aspectos, não somente na
performance esportiva, mas aspectos clínicos também. Pedro
topou o tratamento”, disse a doutora.
Eles demoraram quatro meses, entre a confirmação diagnóstica
com exames, a elaboração de uma justificativa para a FINA e
ABCD e o recebimento da autorização do uso da medicação.
Enquanto isso, foi preciso coletar os dados do atleta. “Coleta-
mos dados de composição corporal, força, e exames laborato-
riais. Assim que eu recebi a autorização, o Pedro me pediu que
conversasse com o Albertinho, o treinador dele, e assim nós três
sabíamos que o melhor estaria por vir”, completou a médica.
A profissional da Pulse explica que os níveis de testosterona de-
vem ser monitorados todos os meses e não devem ultrapassar
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