Revista PrisMagazine Número 004 Ano I - dezembro 2015 | Page 53

53 Ÿ Economia desfavorável trava evolução da modalidade Nos anos mais recentes, percebe-se que há uma maior atenção dada a Portugal e à sua Orientação. Talvez não tanto pelos resultados despor vos dos seus atletas – embora Davide Machado tenha chegado a ser 7º classificado no Ranking mundial de Orientação em BTT e a presença em finais A dos Campeonatos do Mundo de Orientação Pedestre seja agora muito mais frequente -, mas sobretudo pela qualidade das suas organizações. E aqui, o Portugal O' Mee ng surge como uma autên ca bandeira da modalidade em Portugal, sobretudo desde 2007. Ano após ano, são cada vez em maior número os estrangeiros que demandam o nosso país na quadra do Carnaval, rando o melhor par do tanto da oferta em termos compe vos, como das condições climatéricas muito favoráveis nesta altura do ano e dos muitos campos de treino existentes. Em termos de filiados, o número de atletas inscritos na Federação Portuguesa de Orientação é, nesta data, de 2284, dos quais 145 novos sócios só este ano. Mas os números não são mais do que isso mesmo, números, e a realidade é que os par cipantes portugueses nas provas que se vão organizando um pouco por todo o país tem vindo a decrescer, como reflexo duma conjuntura económica muito penalizadora. Pelo menos, é esta a opinião de Augusto Almeida: “Se nos lembrarmos que desde 2003, duma forma geral, a nossa Sociedade tem vindo a perder poder de compra, em muitos casos duma maneira perfeitamente dramá ca, será fácil perceber que, em tempos de contenção, as pessoas tenham de cortar naquilo que é secundário. E esta é a razão fundamental da pouca adesão actual aos eventos e à modalidade. Felizmente, no caso dos jovens, esta situação coloca-se com menos acuidade. Os clubes que trabalham com a formação disponibilizam uma série de boas vontades, permi ndo enquadrá-los e suportar custos vários. Mas logo que as condições sócio-económicas das pessoas melhorem, veremos o tal “boom” surgir duma forma quase imediata”, admite. Em 2014, Portugal recebeu em Palmela e Sesimbra o Campeonato da Europa de Orientação e o campeonato da Europa de Orientação de Precisão. Em 2015 a Orientação em BTT regressou de novo a Portugal para a realização do Campeonato da Europa e do Campeonato do Mundo de Veteranos. Em 2016 será a vez de recebermos pela segunda vez, desta feita na região da Bairrada, o Campeonato do Mundo de Orientação em BTT e ainda uma ronda da Taça da Europa de Orientação de Precisão, em Lisboa. Para 2019 está já agendada, para a região de Viseu, a organização do Campeonato do Mundo de Orientação de Precisão. Pódio masculino de Portugal O' Mee ng 2013, com Thierry Gueorgiou ao Centro Num breve apontamento final, importa reforçar a ideia que a modalidade está implantada em Portugal e só muito episodicamente se ouve a pergunta “O que isso da Orientação?” O nível compe vo dos nossos atletas nas diversas disciplinas está a crescer de forma exponencial. O ano de 2015 é disso excelente exemplo, com Luís Gonçalves e Inês Domingues a alcançarem, na Croácia, os 6º e 7º lugares na Final de TempO do Campeonato do Mundo de Orientação de Precisão. Os desafios são sempre grandes, porquanto o nível organiza vo já a ngido é deveras elevado e con nua a evoluir muito posi vamente. Sobretudo, há no presente essa preocupação em “democra zar” a importância das diversas disciplinas da modalidade. Orientação de Precisão, Orientação Pedestre, Corridas de Aventura. Orientação em BTT, Ori-Trail/Rogaine e Orientação Adaptada são disciplinas que, apesar das suas par cularidades, merecem igual atenção para um crescimento