Revista PrisMagazine Número 004 Ano I - dezembro 2015 | Page 51
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A par r de 1985 começaram a chegar a Portugal vários
especialistas, sobretudo da Suécia, no sen do de colaborarem no
ensino e elaboração de mapas. Esta inicia va teve por base o apoio à
modalidade, por um lado, e a criação de infra-estruturas de prá ca
para o intercâmbio de grupos que viriam a Portugal num misto de
turismo e prá ca de Orientação. O processo resultou em pleno
porque integravam esses grupos alguns atletas de nível mundial que
par cipavam nas provas que se iam realizando. Destaque para os
nomes de Sven Kinborg e Rolf Anderson, cartógrafos profissionais
cujo trabalho resultou na elaboração de mapas um pouco por todo o
País.
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Peo Bengtsson, o “pai” da Orientação em Portugal
Ao trabalho de divulgação da modalidade, viriam a somar-se
a colaboração e o imenso interesse da própria IOF - Federação
Internacional de Orientação, no acompanhamento deste processo
evolu vo. A criação da Federação Portuguesa de Orientação, em 19
de Dezembro de 1990, e a consequente adesão de Portugal à IOF,
como membro de pleno direito, acabou por ser o corolário lógico de
todo este processo. “Foi uma época em que vencíamos todas as
dificuldades, mo vados pelo ideal de ver nascer e crescer a
modalidade sem quaisquer outros interesses”, recorda Camilo de
Mendonça.
Para além da aposta na formação de quadros no exterior, o
intercâmbio turís co com base na modalidade e a consequente
organização de provas “internacionais” acabou por atrair as atenções
da comunicação social e por levar a Orientação ao encontro do grande
público. Grande dinamizador desta vertente “turís ca” da
modalidade, Peo Bengtsson acaba por ser considerado por muitos
como o “pai” da Orientação em Portugal. Para além disto, outras
grandes ações foram levadas a cabo, nomeadamente estágios de
equipas de vários países como a Suécia, Suiça e Finlândia. É também
por esta altura que Anne Braggins, acompanhada de várias
individualidades de diferentes países, leva a cabo a cidades de
demonstração da Orientação de Precisão em Portugal. A realização do
primeiro Campeonato Ibérico de Orientação, em 1992, foi outro
passo importante com vista ao fomento das relações com Espanha,
não apenas tendo por base a vertente compe va mas sobretudo
através da realização de cursos nas mais diversas áreas.
“A nenhum pai escapa o gozo dos primeiros anos dos seus filhos”
Em 1994, no final do seu mandato, Camilo de Mendonça
acusava o natural desgaste. Foram anos de dedicação intensa a uma
causa em detrimento de tudo o resto e sen a-se a necessidade de se
passar a uma nova fase na vida da modalidade. Esse momento surgiu
naturalmente e a Orientação prosseguiu o seu caminho com o
aparecimento de Higino Esteves, um homem que acom [