Revista Lótus Edição 124 dez/2016 | Page 5

De acordo com o seguimento budista, existem algumas diferenças de concepções em relação ao conceito de iluminação e a forma de se chegar a ela. No entanto, como a iluminação somente foi concedida indiscriminadamente no Sutra Lótus, e em específico, nos Oito Primeiros Capítulos do Caminho Primordial (Honmon Happon) do Sutra Lótus através da concessão da causa, essência e semente da iluminação ao Jyougyou Bossatsu (Visitakaritra), aqui vamos nos ater a esses conceitos primordiais. Iluminação para Todos, é a afirmação que Buda faz, no 7º Capítulo do Sutra Lótus “Elo do Passado”, capítulo tradicionalmente conhecido pela parábola do Castelo Imaginário, onde Buda incentiva de todas as formas os devotos a seguirem em frente, pois logo adiante um castelo com todos os privilégios os aguardavam. Este castelo representa a iluminação. A iluminação, na verdade é a maior das bênçãos que se pode receber. No entanto, para se chegar a ela precisamos de vários outros incentivos e bênçãos que nos sustentem até chegar nessa bênção principal. Esse fato deriva da nossa capacidade. Ou seja, o processo da iluminação pela prática ascética deve levar em conta o tempo e a capacidade. Não podemos, simplesmente, tal como na Era de Buda, simplesmente meditarmos ou procurar realizarmos certas práticas mentais e físicas que estão além do nosso alcance. Portanto, o quesito mais importante é: se em nossa natureza búdica já temos inserida a causa, essência e semente da iluminação, e a época em que vivemos. A época em que vivemos, é a Era Mappou, de decadência, onde os seres nunca, em nenhuma vida passada, sequer praticaram ou ouviram falar do Darma Sagrado Namumyouhourenguekyou, que representa a causa essência e semente da iluminação. Os contemporâneos de Buda são seres considerados já portadores dessa semente da iluminação. Portanto, a esses seres bastaria a bênção o amadurecimento e a colheita da iluminação. Isso porque existem três tipos de iluminação: pela Semente, amadurecimento e pela colheita. As duas primeiras bênçãos servem para os contemporâneos de Buda, das Eras Shobou (Darma Correto) e Zoubou (Darma Figurativo), e a bênção da iluminação pela semente cabe á nós, da Era Mappou. Isso tudo no processo de iluminação faz toda a diferença. O Grande Mestre Nissen Shounin nos ensina isso pelo seguinte verso: 何事も たねが大事ぞ 成仏も Nanigoto mo tane ga daidi zo dyoubutsu mo 本因妙の たねにあらずば Hon-ninmyou no tane ni arazuba “A semente é importante para tudo, principalmente para iluminação. E essa semente tem que ser a da causa mística primordial.” (N.2078) 5