Esse artigo se propõe a apresentar algumas estratégias sobre como desenvolver uma carreira
internacional. Eu me dispus a escrever esse texto atendendo a vários emails, pedidos e contatos que eu recebo frequentemente e com maior frequência nos últimos anos de pessoas que se interessam por minha história profissional. Trata-se da história de alguém que estudou e começou a carreira no Brasil, emigrou para os Estados Unidos, passou pelo setor público (Federal Reserve Bank) e pelo setor privado na maior economia do mundo. Esse alguém hoje tem cidadania dupla e está estabelecido nos EUA há 12 anos.
Quais são os passos? Como despertar atratividade para oportunidades profissionais que existem fora do Brasil ou fora do seu local de formação?
São três os pontos que gostaria de destacar:
1) Busque Fluência com ‘F’ maiúsculo
O primeiro deles é indiscutível e impreterivelmente o domínio do idioma inglês. Não me refiro ao inglês para fazer compras em Miami ou visitar os pontos turísticos de Nova Iorque. Falo do Inglês fluente - com “F” maiúsculo - que permite liderar uma reunião com confiança, apresentar ideias e rebater críticas contrárias, escrever um artigo profissional ou ler um livro de nível acadêmico avançado.
Na minha experiência ‘Fluência’ no inglês abre muito mais portas do que conhecer quatro ou cinco idiomas em nível apenas intermediário. É importante lembrar que ter inglês ‘Fluente’ não significa ausência de sotaque. Conheço vários estrangeiros com sotaque, mas que dominam o inglês e alcançaram posições de destaque nas suas áreas profissionais. Quanto mais investir no idioma melhor.
Quando eu cheguei nos EUA há 12 anos, uma das melhores oportunidades para aprimorar o inglês veio durante um curso de “accent reduction”, ou redução de sotaque, feito em uma escola especializada em treinar funcionários de empresas americanas com operações de call center na Índia, Filipinas e outros países. São operadores de call center de empresas que querem proporcionar um serviço excepcional aos seus clientes. Esse tipo de treinamento não enfatiza gramática, escrita ou conversação, mas sim o uso correto dos músculos da face para uma pronúncia sem sotaque.
2) Planeje ‘férias estratégicas’
Para viabilizar uma carreira internacional é importante entender o que significa uma vivência internacional relevante. Isso ajuda a entender a dinâmica da vida fora do país de origem e começar a entender as diferenças culturais. Muitas pessoas que almejam uma carreira global já visitaram outros países, mas nunca passaram dos lugares turísticos mais óbvios.
O que vai ajudar na carreira não é levar os filhos para passear na Disney, tirar foto no Louvre ou fazer o enxoval em Miami. Por que não tirar 15 dos seus 30 dias de férias e investir em um curso em uma universidade de renome? Por que não agendar uma visita ao escritório da empresa, na qual você trabalha no Brasil e conversar com pessoas-chave no outro país? Expandir sua rede de contatos como voluntário para organizar uma conferência? Visite a Câmara de Comércio da cidade estrangeira e converse com empresários e moradores sobre o mercado na área e conheça o território onde você está tentando se inserir.
O Brasil é um dos países mais generosos do mundo no quesito férias (30 dias ou mais por ano) e todos precisamos de um tempo para descansar. Tudo vai depender do quanto você realmente tem vontade de levantar um voo global e a disposição em sacrificar o descanso.
Por onde começar
uma carreira internacional?
Daniel de Paula
REVISTA LIDER COACH | Agosto | 30