REVISTA LÍDER COACH SETEMBRO DE 2015 #9 | Page 37

Como havia um novo rapaz encarregado dessa função, ao perceber o frio que estava, colocou os chinelos no peito, a fim de esquentá-los para o seu Senhor, achando que ele se sentiria bem com seu gesto de carinho.

Ao oferecer os chinelos, o empregado o fez com um sorriso no rosto dizendo:

- Bom dia meu Senhor, hoje fui eu quem preparou seus chinelos. Por favor, calce-os.

Ao calçá-los o Sr Feudal sentiu que estavam aquecidos e repreendeu severamente o empregado:

- Esses chinelos estão quentes! Tenho certeza que você os calçou! Não tem vergonha de utilizar o que é dos outros!? Vá embora com esses chinelos e nunca mais volte aqui!

Ao se deparar com tal situação, o empregado, humilhado por seu Senhor, ficou tão arrasado que até pensou em suicídio - prática comum naquela época entre o povo Japonês. Ao invés disso se dirigiu a um mosteiro entregando-se de corpo e alma aos Ensinamentos de Buda, se tornando um Bonzo de destaque, anos depois.

Sua fama se espalhou por todo o Feudo e, ao saber que havia tão nobre religioso em suas terras, o Sr. Feudal pediu que chamassem o tal Bonzo para um encontro, com o objetivo de agradecer o empenho do Sacerdote em ajudar e orientar as pessoas, moradores das terras que estavam há anos sob sua administração.

No dia do encontro, o Bonzo se dirigiu humildemente em uma reverência ao Sr. Feudal, trazendo-lhe um par de chinelos.

Para sua surpresa, não o reconhecendo após tantos anos, o Governante dirigiu-se a ele questionando:

- Caro Sacerdote, agradeço por tudo que tem feito ao meu povo. É uma pessoa muito especial e benevolente!

E continuou:

- Diga-me. O que há de especial nesses chinelos? São abençoados? O que há de diferente neles, apesar de serem idênticos aos que utilizo há anos?

E o antigo empregado - agora famoso e respeitado Sacerdote - contou-lhe a estória que havia se passado anos atrás.

O Sr. Feudal lhe pediu perdão de joelhos e o Bonzo dirigiu-se a ele dizendo:

- Eu que lhe peço perdão e agradeço imensamente o que fez. O que aconteceu naquele dia selou meu destino e fez com que me tornasse o homem que sou hoje, conforme suas palavras.

Acredito que, após refletirmos, temos um grande exemplo sobre a "afinidade" interpessoal em um ambiente de trabalho.

Falaremos agora sobre a parte intermodal.

Um local bem planejado e com materiais de primeira linha é o sonho de todos nós para um ambiente de trabalho.

Isso é o que todos devemos ter como objetivo, porém, acredito que NÓS temos que promover tal conforto. Se nos relacionarmos bem com as pessoas, o ambiente se torna mais prazeroso. Isso é fato. Porém, muitas vezes isso não é possível, devido à forma como as pessoas “sobrevivem” nos dias de hoje.

Um teste simples: qual a cor da gravata que seu chefe está usando hoje?

Aquele(a) cliente que você vê todos os dias: você nota quando ele(a) corta o cabelo? Quando ele(a) acordou cansado(a) ou quando está disposto(a)?

E vocês vão me perguntar: "O que isso tem a ver!?"

Tem MUITO a ver. Ofereça algo novo em um dia que seu cliente está indisposto. Acha que ele irá aceitar? Tente o contrário. Tenho certeza que terá bons resultados.

Pessoas gostam muito quando são notadas, quando chamamos pelo nome e quando são lembradas. Experimente ir a um restaurante e chamar o garçom pelo nome. Já fez isso? Notou como ele serve melhor sua mesa? Além de ser educado de nossa parte, faz com que a pessoa se sinta bem.

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