REVISTA LÍDER COACH SETEMBRO DE 2015 #9 | Page 10

REVISTA LIDER COACH | Setembro | 10

Mais vale um funcionário com vontade de aprender que um especialista desinteressado

Eduardo Fagundes

Tenho a felicidade de conviver com jovens e acompanhar a transformação das gerações “baby boomer”, X, Y e Z, tanto no ambiente acadêmico como nas empresas. As mudanças são marcantes, desde funcionários totalmente submissos à hierarquia organizacional aos jovens que questionam as regras e buscam, constantemente, novas oportunidades de crescimento e qualidade no ambiente de trabalho. Obviamente essas transformações impactam a operação das empresas e geram conflitos entre gerações. O lado extremamente, positivo é o constante alinhamento das práticas de negócios e produtos ao mercado.

Dentro deste contexto, o desafio é saber contratar. Usar apenas o critério técnico é valido para projetos que exigem conhecimento especifico e pontual. A contratação de pessoal para quadros fixos da organização exige focar mais no comportamento que nas habilidades atuais e experiência anterior. Meu argumento é que a empresa contrata colaboradores para transformar a empresa alinhando-os com as necessidades do mercado ao longo do tempo.

Ressalto três características importantes: ética, qualificação acadêmica compatível com a função e vontade de aprender.

A ética resguarda a empresa do uso de práticas indesejáveis pelos clientes e pela legislação do país. Cria um ambiente de trabalho mais saudável, com menos intrigas e conflitos pessoais. Melhora a satisfação dos clientes com o desenvolvimento de produtos e serviços em conformidade com as expectativas do mercado, dentro da legislação e com responsabilidade socioambiental, resultan-do em melhores ganhos financeiros.

A qualificação acadêmica compatível é essencial para exercer funções regulamentadas, como engenharia. A graduação assegura acesso a cursos de especialização e participação em fóruns e associações de classe para influenciar no uso de novas tecnologias e práticas e desenvolvi-mento de novos negócios.

A última, porém tão ou mais importante que as duas primeiras, é a vontade de aprender. Pessoas com esse perfil questionam os processos, buscam fazer as coisas de forma diferente, encaram os erros como parte do processo de aprendizado,, buscam conhecimento e habilidades em cursos e com profissionais mais experientes, além de assumirem riscos controlados para aplicar aquilo que aprenderam. Encaram a empresa como um meio para aprender e evoluir profissionalmente.

As empresas se beneficiam com profissionais que querem aprender de várias formas. Para aprender, essas pessoas preferem fazer que contratar,, reduzindo o custo das operações e projetos. Por não terem medo de errar quebram paradigmas organizacionais e ultrapassam limites estabeleci-dos por funcionários mais experientes.

Aprendendo mais rápido e usando novas tecnologias absorvem o conhecimento de outros funcionários, acelerando as transformações na empresa. Essas atitudes fazem que outros funcionários deixem suas zonas de conforto e reajam para não perderem seus empregos e status quo.

Infelizmente, os maiores sabotadores desse processo são a cultura da empresa e chefes que não estão dispostos a aceitar mudanças e riscos no ambiente corporativo.