Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 9ª edição | Page 57

LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018 prudente agir de acesso permitido e figas e muitas fazendo para que fatias houvessem para todas. A multidão esta, impaciente estava com senhas preenchidas em moroso processo que anteviu ela, seria para ganho de tempo, quando a fome de gula não espera de gostar por minutos extra que olhando para os improvisados ou não relógios lhe parecem horas a dar nas vazias barrigas. Houve quem julgasse a bem ou mal que lhe passaram à frente e não tardou, assim disseram os relógios de proviso então numa altura já sem o prefixo da ordem, a baterem com mais intensidade as costumeiras altercações que nunca ficam bem em situação qualquer, muito menos numa destas com bolo aquele a merecer dignidade maior na partilha. As senhas estavam quase finalizadas para a distribuição mas as voltas que o quarteirão dava só viam distúrbios em lição que não se aprendia em multidão por gulodice que a prendia na posição com ou sem violência e que igualmente prendia mais além o estudo do manual que dizia ser disfarce de autoridade estratégia mais acertada. E assim foi na chegada de rompante com os reforços sonoros e mais alguns físicos para intimidação da estupefacta multidão, os quais uma vez accionados levaram à dispersão numa tentativa em desespero para salvar a pele. O delicioso bolo ficou sem ameaças daquelas por eventual proximidade no aparente, pensou o grandioso portão desconfiado, em como a gula seria transferível para uma pessoa apenas. Mas ela não estava só e o portão ficou mais descansado enquanto sorria ao ver chegar tanta gente ordeira para a sua primeira refeição do dia ou talvez com maior raridade, assim alertava o relógio observando no topo do salão enquanto o delicioso bolo de infindáveis dimensões, alegre estava por antecipar partilha com quem mais necessita que seja tal verbo de acção conjugado em multidão, naturalmente ordeira e civilizada. https://www.facebook.com/luisamorimeditions 52