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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018
O tempo acaba, o mundo não.
O mundo abriu-se
numa cratera.
Eu quis sair
você gritou:
— Não me deixe com os leões!
Eu estendi a mão e você recusou.
Sabe amor, na selva existem os que comem.
Nós viemos de lá.
De lá também vieram os que serão comidos.
— Os leões não têm culpa. — respondi.
(Mas se essa voz for só minha você é capaz de ouvir? Se essa dor for só minha,
você é capaz de sentir?).
Enquanto a saudade pedala
os felizes cantadores andam de carro.
Em bando,
cheios do mal.
Pra fazer amor.
(Estou com saudades e é quase carnaval. Fevereiro chegou. De saudade eu não
morro mais.)
Sabe amor,
enquanto pedalava a corrente caiu...
Enverguei para arruma-la
Veio um carro e me matou.
De saudades não morri, de destinos sim.
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