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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018 Rua das Pedras Vini Willyan Campo Grande/MS Amor eu tenho saudades. Meu guri, que dia minha falta te fará visita? Que dia, em que bar, com que melodia? O sol se põe, nossos corpos se arrepiam. Estamos caminhando sob as pedras. Meu corpo atiça o seu, surgem faíscas e fagulham. (Passamos do lado cinema, você queria tanto aquele cartaz...) Que dia a saudade te pega? Sabe amor, se a saudade for de bicicleta eu posso ir na garupa, Carregando um cesto, um cesto de girassóis amarelos. Amarelos e cromados. “Se as estrelas fossem meios de transportes eu também iria numa calda.” Até você ou a morte. Até você ou Van Gogh. (Lembra quando viu aquele quadro você chorou? Comigo foi diferente, chorei quando não vi...) Acordei, virei pa- -ra o lado e não te vi. Não te vejo faz horas. Dias. Eras. Em cada segundo eu vejo sumir todo o tempo do mundo. 120