Revista Lanxess Ano 3 Nº 5 PT-B | Page 6

2017 : um ano para crescimento e novas aplicações

O setor do plástico está em um momento de retomada dos negócios depois de dois anos fracos em desempenho . Como é um setor que fornece matéria-prima a muitas indústrias , seu desempenho depende dos negócios nos setores automotivo , de construção , têxtil , alimentício , de brinquedos e tantos outros . O Relatório de Acompanhamento Conjuntural da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química , para 2016 , mostra que o setor como um todo vive uma retomada , depois de dois anos de retração . O índice de produção cresceu 4,04 % em comparação a 2015 . Para o mesmo período , as vendas internas subiram 3,92 % e o consumo aparente nacional , 5,2 %.
“ O ano de 2016 foi marcado por dois semestres distintos . Os primeiros seis meses do ano foram de intensificação do recuo da atividade econômica e também da química , enquanto o segundo semestre foi de melhora gradativa , mas que se acentuou nos últimos três meses do ano ”, explica Fátima Giovanna Coviello Ferreira , diretora de Economia e Estatística da Abiquim . “ No 2 º semestre , os volumes tiveram desempenhos expressivos : o índice de produção subiu 5,59 % sobre os seis últimos meses de 2015 , enquanto o de vendas internas cresceu 8,58 % e o do consumo aparente nacional 10,1 %, em igual comparação .”
Os ganhos de 2016 , contudo , levam o mercado para os níveis registrados dez anos atrás . “ Apesar desse crescimento , se comparado aos resultados de 2007 , para uma avalição decenal , o nível atual de produção é praticamente o mesmo daquele registrado dez anos atrás e , no que se refere às vendas internas , o setor ainda está quase cinco pontos abaixo da referência . Ou seja , não houve crescimento nos últimos 10 anos , o que comprova um período de dificuldade ”, observa a diretora da Abiquim .
Para o segmento de resinas termoplásticas , o Relatório – com dados preliminares de novembro e dezembro – indica um crescimento na produção da ordem de 7,5 % em relação ao ano anterior , e um acumulado de 0,8 % em relação a 2007 . Para plastificantes , o crescimento foi de 4,3 % em relação a 2015 e 0,5 % sobre 2007 . Em 2016 , a taxa média de utilização da capacidade instalada foi de 80 %, dois pontos acima do patamar de 2015 . Dentre os grupos acompanhados pela pesquisa , o destaque ficou para a elevação de cinco pontos percentuais na capacidade instalada do grupo resinas termoplásticas , que operou a 85 %, menor ociosidade dentre os grupos pesquisados .
Os indicadores econômicos mostram que a atividade econômica voltou a animar setores compradores da indústria química . O que as estatísticas não mostram são as possibilidades de crescimento de um setor que é absolutamente presente em nossas vidas , seja em nossas casas , no que vestimos , embalando nossos alimentos , nos nossos meios de transporte , em tudo . “ É impossível imaginar a vida sem a presença dos polímeros ”, afirma o professor Luiz Henrique Catalani , diretor do Instituto de Química da USP . “ A ciência está constantemente pesquisando como torná-los mais eficientes , mais sustentáveis .”
O presidente do Instituto Plastivida , Miguel Bahiense , aponta o potencial do plástico em aplicações ainda incipientes no Brasil , como as esquadrias e janelas de pvc . “ Telhas e janelas de pvc já começaram a ganhar mercado , e vão ganhar muito mais , porque têm vantagens de ecoeficiência em relação ao alumínio , que é um material mais antigo . Na Espanha as janelas de pvc têm 75 % do mercado ”, afirma o executivo . “ É um material que tem muito a oferecer à medicina e outras áreas .” foto : Divulgação