Revista Febase 87 - Novembro 2018 Febase-87-Pag-a-pag-versão-gráfica-9-11-18 | Page 27

Senhorim porcionando o convívio e a confraterniza- ção entre todos. O segundo dia trouxe aos participan- tes uma prova de coordenação de es- forços e trabalho em equipa, numa aula de zumba e de dança, em que os movi- mentos certos nos momentos certos re- meteram para a compreensão de que o esforço de cada um contribuiu verdadei- ramente para o resultado do seu colega e que o individualismo que hoje é apaná- gio na banca só fará os bancários perder o que os une, fazendo cada uma “dançar” para seu lado. SATISFAÇÃO Eduarda Soares (BCP Coimbra) referiu que se nota a vontade do Sindicato em proporcionar eventos cada vez mais enfo- cados no que verdadeiramente preocupa os bancários, ao qual só terá, em sua opi- nião, faltado uma caminhada, e que a or- ganização está de parabéns pelo modelo que encontrou, no que foi secundada por Pedro Ribeiro (CCAM Penela), que disse ter ficado agradavelmente surpreendido com o programa e as atividades realizadas. Por seu turno, Cristina Marques (MG, Viseu) destacou, sobretudo, o tema es- colhido para a conferência e os oradores convidados, que considerou muito bons e que sabiam do que falavam e também o convívio, razão pela qual as pessoas vêm ano após ano, referiu, o que nos motiva e dá alento para que no próximo ano consi- gamos estar ainda mais perto dos associa- dos nos temas que os preocupam e com um programa que os consiga surpreender, uma vez mais. Sónia Pinto, diretora do SBC, na sua mensagem de encerramento após um almoço de despedida, fez notar que o fu- turo do sindicato é feito de trabalhadores como os presentes, eles são a nossa razão de ser e para quem estes eventos são or- ganizados, lançando o repto aos partici- pantes que este ano estiveram connosco trazerem um colega em 2019. O sucesso que esta iniciativa tem reve- lado, com um crescente número de parti- cipantes e o interesse que desperta junto dos jovens bancários, dão-nos a força e o ânimo para começarmos já a idealizar a próxima edição! w Assédio no local de trabalho Causas e consequências O Sindicato dos Bancários do Centro, maior sindicato da região centro, promoveu, no dia 5 de outubro, no Hotel Urgeiriça, em Canas de Senhorim, uma conferência subordinada ao tema “Assédio no local de trabalho”. Enquadrada no III Encontro de Jovens Bancários, a conferência, aberta ao público em geral, teve como oradores convidados: n Messias Carvalho, advogado, especialista em direito do trabalho; sócio fundador da MCSC & Associados, Sociedade de Advogados, docente, como assistente convidado, na área de direito do trabalho na Escola de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Porto); n Maria da Luz Cachapa, hipnoterapeuta e psicoterapeuta da área cognitiva e comporta- mental, docente e orientadora de estágios na Escola Superior de Educação Jean Piaget; n Fernando Farreca, representante dos trabalhadores em segurança e saúde no trabalho no banco Montepio Geral. A moderação foi da jornalista da RTP Patrícia Lucas, reconhecida pelos seus trabalhos de jornalismo de investigação no programa 30 Minutos. Contando com uma vasta experiência na área em debate, os oradores desafiaram-nos com uma reflexão ponderada e responsável sobre um tema que está na ordem do dia e que, num mundo cada vez mais competitivo, se tem vindo a assistir com maior premência nas organizações, procurando, assim, despertar a consciência das causas e consequências do assédio e como os trabalhadores, nomeadamente os bancários, se podem defender em ambiente laboral. PERSPETIVAS Fernando Farreca apresentou uma panorâmica do setor bancário, em que identifica a falta de união como principal trigger para o assédio, afirmando que o individualismo mata hoje o trabalhador bancário, uma vez que a banca incentiva o “eu” em detrimento do “nós”, muito por culpa, refere, dos próprios trabalhadores bancários, que deixaram o tema evoluir até este ponto. Maria da Luz Cachapa, por seu turno, apresentou-nos o assédio, nas suas várias dimen- sões e as suas consequências na vida pessoal e familiar, ajudando-nos a identificar as ca- racterísticas dos vários tipos de agressor. Já Messias de Carvalho abordou o tema numa perspetiva jurídica, destacando a importância do papel dos Delegados Sindicais, pelo teste- munho que podem trazer e pela voz que podem ter e, também, da recolha de provas, seja documentais, testemunhas, etc. Convidada a encerrar a conferência, Helena Carvalheiro, presidente do SBC, referiu haver legislação nesta matéria que obriga à existência de um código de conduta nas instituições, mas muita discrepância entre os casos que se verificam e os que chegam a ser julgados, lembrando que cerca de 16,5% da população ativa em Portugal é afetada pelo assédio no local de trabalho. Apesar de reconhecer que o sector bancário não vive dias fáceis nesta ma- téria, tem a perceção de que os trabalhadores bancários estarão mais atentos e despertos, o que pode fazer com que, a prazo, este cenário mude. FEBASE | novembro | 2018 – 27