PERFIL
Tatá:
turista acidental
Você se considera uma pessoa de sorte? Imagine ganhar uma viagem à Rússia para
assis r à Copa do Mundo, assim, quase por acidente. Foi o que aconteceu com
o analista de produção Vangivaldo Moreira da Silva, o Tatá do Departamento de
Informá ca, contemplado em uma promoção que levou 27 clientes de um banco para
assis r a um jogo da Seleção de Tite em Moscou, com direito a acompanhante (no caso
dele, o fi lho Renan) e despesas pagas. Acompanhe na entrevista a seguir como foi essa
aventura, sua primeira viagem ao Exterior.
10 |
R E V I S T A CREA-SP
Revista Crea-SP – Para começo de
conversa, o que Tatá tem a ver com
Vangivaldo?
Tatá – Na verdade, nada – rando o fato
de que é a mesma pessoa. O Tatá é de in-
fância. Minha irmã não conseguia pronun-
ciar Vangivaldo e fi cava falando ta-ta-ta...
Então fi cou esse apelido desde sempre.
Em todas as empresas em que trabalhei
sempre foi Tatá. Na escola, na faculdade,
em todos os lugares, é Tatá até hoje.
Revista Crea-SP – Quando você entrou
no Crea-SP?
Tatá – Entrei em 1992. Eu trabalhava
na Rede Ferroviária Federal, na área da
Engenharia Elétrica, e lá comecei no setor
de Informá ca. Tinha acabado de fazer
o Técnico em Eletrônica e a Informá ca
vinha crescendo no Brasil. Fiquei dois
anos na área e já estava fazendo o
Técnico em Informá ca, no Colégio
Eniac, quando a RFF resolveu criar outra
empresa dentro dela. Aí nasceu a CBTU,
que abriu oportunidades para muita
gente. Eu mesmo deixei a a vidade de
eletricista e passei para operador de
computador, depois supervisor auxiliar
e supervisor. O governo Collor de Mello
veio com algumas soluções na área
ferroviária e uma delas era bastante
realista: quem quisesse sair, as portas
estavam abertas.
Revista Crea-SP – Aí você veio para o Crea?
Tatá – Um colega que trabalhava aqui
disse que estavam precisando de um
analista de produção no Conselho e, se
eu quisesse lhe enviar meu currículo, ele
o encaminharia para os superiores. Foi o
que eu fi z. E até o meu an go supervisor
na RFF enviou currículo, mas, por uma
questão salarial, eu é que fui chamado.
O Crea-SP precisava de alguém da área
técnica para dar andamento aos novos
equipamentos e eu já estava fazendo
Ciência da Computação. O pessoal não
conhecia esses novos equipamentos e
o mercado não nha profi ssional nessa
área. Já faz 26 anos que estou aqui.
Revista Crea-SP – Agora conta como
é que foi essa promoção da viagem.
Você já havia sido premiado antes em
alguma promoção?
Tatá – Não. A única coisa que ganhei na
vida foi uma televisão, de 12 polegadas,
aqui mesmo no Crea-SP, numa rifa feita
pelos porteiros. Isso faz 22 anos. Foi
quando o meu moleque nasceu e eu
coloquei na rifa o dia e mês de nascimento
dele. Mas, no caso do banco, eu – que faço
tudo via web, sempre via as promoções
no site e, na época da Copa, toda vez
que eu entrava no aplica vo pipocava a
promoção. Até que um dia eu falei: “Pô,
deixa eu tentar, deixa ver o que é”. Entrei,
vi um pacote para assis r a um jogo da
Seleção Brasileira na Rússia e eu aceitei.
Um dia, eu estou tranquilo em casa, me
preparando para ir para o trabalho, depois
do feriado de 1º de maio, e o gerente do
banco me liga bem cedo. “Está precisando
de alguma coisa”? – ele me perguntou.
“Não, estou tranquilo”. “E o passaporte”?
E eu: “Que passaporte? Nem passaporte
eu tenho”. “Como não tem”? Eu disse:
“Eu ro férias na Praia Grande, por que eu
vou precisar de passaporte para ir à Praia
Grande”? E ele: “É bom você começar a
correr atrás do seu passaporte”. Aí ele
me disse: “O senhor foi contemplado na
R E V I S T A CREA-SP
| 11