Revista Cepromec 1 | Page 49

16 muitos outros restringem o tratamento à internação, revelando a ideia de que o usuário de crack precisa a todo custo ser forçado ao tratamento para que se haja uma desintoxicação, visto que uma vez internado a abstinência é o único objetivo que se espera alcançar. Ainda segundo Kimati 18 , em relação ao crack é ingenuidade se falar em abstinência em curto prazo, a visão proposta pelo ministério da saúde é anti-estigmatizante, com adesão voluntária ao tratamento. O Sistema Único de Saúde (SUS) só começou a ofertar tratamento para usuários de drogas e álcool em 2003, com base nas propostas da reforma psiquiátrica, isto freou as longas internações em instituições psiquiátricas, substituindo por redes de atendimento ambulatorial e hospitalar, preparados para atender os pacientes fora do hospital, durante o período de internação hospitalar e após sua alta, durante o período de desintoxicação. Com o lançamento do Plano Emergencial de Álcool e Drogas (PEAD) em 2009, o tratamento de usuários de álcool e drogas ganhou atenção especial. O plano soma ações dos Ministérios da Saúde, Desenvolvimento Social, da Justiça, da Educação, do Esporte, da Cultura e do Gabinete de Segurança Institucional que coordena a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), somados são 15 órgãos governamentais ligados ao plano 19 . A explicação de Pedro G. Delgado, coordenador de saúde mental do ministério da saúde, também mostra a importância do plano emergencial de álcool e drogas, “essa integração é importante porque o usuário de crack tem sérios problemas em relação à sua rede de suporte social, à geração de renda, à relação com a família. É preciso dar resposta a isso também e não só à dependência química. Da mesma forma entram as ações de combate ao tráfico e de segurança pública 20 ”. Por mais que sejam apontadas as metas e ações para a recolocação social dos dependentes de álcool e drogas, é preciso preparar a sociedade para receber e apoiar estas pessoas, para que se possa chegar ao esperado em relação ao tratamento. 18 19 20 Brasil. Ministério da saúde 2010 p. 25 Ibid p. 27 Loc. Cit.