REVISTA CEP EM CENA REVISTA TEATRO CEP N1 | Page 16
e do jogo de cena de cada contex-
to, em direção a escrita dramática
pelos alunos/atores/autores. Nesse
contexto, de transposição de obras
de Poe para o teatro, entramos em
consonância com o elemento da
fragmentação, tão presente na arte
contemporânea a qual navega tran-
qüilamente entre as artes plásticas
e o cinema, chegando ao teatro por
meio de elementos próprios, recon-
hecidos através das estruturas do
teatro pós-dramático, apontando
para o novo espírito que vem para
orientar as artes como um todo.
B aseado na teoria do Drama
Moderno[1], Hans-Thyes Lehmann
chama de Teatro Pós-Dramático
a chegada da pós-modernidade,
que trás consigo, a evolução e ou
[1] Nos referimos a teoria do Drama Moderno de Peter
Szondi.
transformação da estrutura anterior,
anunciando mudanças de valor com
relação ao uso dos elementos tradi-
cionais, que assim sendo, ganham
maior autonomia e adquirem outras
formas de organização, sem, no en-
tanto, abandonar de vez sua gênese.
C hegamos a um teatro onde a
fragmentação é um fato importante,
“não se trata da questão represen-
tação ou não-representação, mas sim
de qual é o lugar da representação,
e de como transformar a represen-
tação mesma em um problema, não
só artisticamente como filosofica-
mente” (Lehmann, 2003 p.16). Isto
não significa que exista uma linha
divisória entre teatro textual e te-
atro não textual, mas sim que a frag-
mentação passa a ser um elemento