Revista Cenariun - Kelly Iamamoto RC KELLY IAMAMOTO CAPA | Page 70

CANTINHO DO BEM ESTAR Ana Rúbia Colunista N CONTO DE NATAL Divulgação LUISINHO E OS CHINELOS VELHOS a pequena cidade de Campo Belo, morava a abastada família do Dr. Apolônio Medeiros, um conceituado industrial, cuja esposa, Dona Laura, vivia chorosa e amargurada com a saúde fragilizada do único filho Marcelo, uma criança de sete anos, que sofria de uma doença rara, e por isso vivia recluso, sem receber visitas, afastado de tudo e de todos. Na mansão dos Medeiros trabalhava uma velha senhora, que tinha um neto, também de sete anos, um garoto simples mais de coração puro e muito determinado, seu nome era Luís. Certa vez passeando pelo jardim, Luisinho, como o chamavam, ouviu um choro abafado, que vinha das dependências da casa, muito curioso, entrou sorrateiro, e percebeu que se tratava de um menino; se aproximou e perguntou por que ele chorava tanto, após as explicações os dois tornaram-se amigos. A partir daquele dia, Luisinho passou a frequentar, em segredo, o quarto de Marcelo, e os dois inventavam muitas brincadeiras. Com o passar do tempo, os pais perceberam, inexplicavelmente, que o filho apresentava melhoras, estava corado, sorria constantemente e se alimentava bem. Chegou à época do natal, e a pomposa residência dos Medeiros, se preparava para as festas. Marcelo perguntou a Luisinho o que ele desejava ganhar do Papai Noel, no que ele respondeu prontamente: um par de chinelos, pois os meus estão muito velhos. Finalmente chegou o dia, o casal recebeu muitos convidados, Marcelo pediu aos pais para participar das comemorações, pois se sentia muito bem e cheio de disposição, os pais concordaram, já que estavam felizes com a recuperação milagrosa do garoto. Na hora da ceia, a criança adentrou na sala acompanhada do seu amiguinho. Fez-se um silencio geral e um ar de surpresa se abateu sobre o casal Medeiros. Estava explicado o motivo da cura repentina do filho. Após as refeições, anfitriões e convidados se dirigiram a arvore de natal, para a distribuição dos presentes. A avó de Luisinho já havia pedido com antecedência à patroa, que comprasse um par de chinelos para o neto e que o colocasse na árvore. Na troca de presentes Marcelo disse à mãe que sua maior felicidade foi ter encontrado um amigo que o salvou e o levou a conhecer uma nova vida. Dona Laura emocionada abraçou os garotos entregando a Luisinho o seu presente, afinal, o que era um par de chinelos diante da saúde e alegria do filho? O natal é assim, uma troca constante de felicidade, uma época em que os corações se abrem para a entrada do amor, da paz, da compreensão, e principalmente da fraternidade. Feliz Natal para todos, e Boas Festas! Abraços, e até o nosso próximo encontro!