Revista ABREVIS Ed. 117 | Page 2

ABREVIS em revista O SUCESSO DA SEGURANÇA PRIVADA NA COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL E O LEGADO José Jacobson Neto Presidente da ABREVIS ABREVIS em revista A segurança privada surpreendeu positivamente nas operações intramuros dos estádios de futebol durante a Copa do Mundo. Há um ditado que diz que “quem se esmera no planejamento descansa na execução”. Como tive a grata satisfação de participar diretamente no planejamento da segurança privada, posso afirmar que a segurança da Copa foi um sucesso. Agora, de olho no legado para a segurança privada. A segurança privada atuou de forma integrada com as polícias militares, outras forças públicas e serviços de bombeiros e saúde. A segurança pública cumpriu seu papel na via pública e como garantidora da lei e da ordem dentro dos estádios quando acionada sob demanda. Não se teve notícias de insegurança para os nossos visitantes, aliás, somente elogios. Os tão esperados movimentos sociais foram debelados antecipadamente pela inteligência policial. No que tange à segurança privada, com atuação intramuros nos estádios de futebol, concentrações das seleções e campos oficiais, hotéis e segurança da família FIFA e dos patrocinadores, o resultado foi satisfatório. A segurança da Copa do Mundo no Brasil não ficou devendo se comparada a de outras copas em outros países, nem às Olimpíadas de Londres em 2012. Se a Copa de 2014 está sendo intitulada a Copa das Copas, deve-se em grande parte para a segurança privada, inserindo-se definitivamente como uma das engrenagens do sistema de segurança do país. Também, o que me surpreendeu positivamente foi a postura e as atitudes dos vigilantes/stewards, que atuaram na gestão do público que frequentou os estádio de futebol. Eles foram capacitados para dar segurança de mãos limpas, tratar os torcedores com cortesia, sem serem subservientes, e lidarem com comportamentos adversos, sem serem arbitrários, tudo na mesura correta. Os stewards cumpriram suas tarefas. É certo que tivemos algumas tentativas de invasões, como dos chilenos e argentinos, e até torcedor invadindo o gramado. A burla às barreiras da segurança ocorreram, mas a resposta foi imediata e eficaz, retirando os infratores a tempo, antes de atingirem o resultado esperado, sendo imediatamente deportados. Como resultado geral, a segurança privada passou no teste. Alguns processos podem ser aprimorados doravante, como a mudança na legislação trabalhista para se criar a figura do “vigilante para eventos” (obs: a denominação steward é próprio da FIFA, em desuso depois da Copa). O vigilante para eventos, é de bom alvitre que seja pago como “diarista”, num processo contratual simplificado e menos burocrático, bem como que haja desoneração de tributos e encargos, com a finalidade de se ofertar ao tomador do serviço (promotor do evento) um pacote de serviços ágeis, eficazes e com preços acessíveis. O trabalhador, por sua vez, terá um pagamento justo e seus direitos preservados. Por conclusão, se o segmento da segurança privada quer o legado dos grandes eventos, como jogos da CBF e das federações estaduais, carnaval, shows, encontros políticos, sociais, culturais e religiosos, além da competência demonstrada operacionalmente durante a Copa do Mundo, precisará conquistar os clientes com uma oferta economicamente viável e socialmente justa para o trabalhador. |2| Edição 117 • 2014