Revista ABREVIS Ed. 109 | Page 2

ABREVIS em revista STEWARDS E TREINAMENTO – UM COMPROMISSO DAS EMPRESAS O José Jacobson Neto Presidente da ABREVIS Adelar Anderle Diretor Executivo da ABSESP ABREVIS em revista |2| setembro / outubro 2012 evento da Copa do Mundo 2014 será um marco para a segurança privada do Brasil. A FIFA aplicará seu Regulamento de Segurança internacionalmente experimentado nos jogos do megaevento. Empregar o sistema integrado de segurança nos estádios de futebol é a grande oportunidade para a segurança privada ficar lado a lado com a segurança pública, figurando como uma das engrenagens do sistema de segurança do país. Os stewards são o símbolo internacional dessa nova concepção em segurança para grandes eventos. A nova cultura que está para ser implantada no Brasil representa o retorno das famílias aos estádios de futebol. Os estádios passam a ser arenas multiuso, onde os jogos de futebol figuram como uma das atividades, juntamente com promoções de shows, eventos culturais, religiosos, artísticos e de outras modalidades desportivas. Restaurantes, cinemas e teatros complementam os atrativos. E serão exatamente esses atrativos que propiciarão a arrecadação necessária para tornar as arenas multiuso uma atividade economicamente viável ao ponto de tornar pagável uma segurança de qualidade. No centro desse novo conceito de segurança estão os stewards, numa tradução literal: o “mordomo”. Mordomo no sentido de prover um ambiente de paz, harmonia e conforto para os expectadores, público circulante e organizadores do evento. Para tanto, nosso vigilante deve ser treinado, capacitado, polido, para que o segmento da segurança privada possa dar a resposta positiva à confiança nela depositada. O grau de confiança atribuído à segurança privada iniciou-se com a FIFA, que legitimou o emprego de seus regulamentos no Brasil quando firmou o host agreement com o então Presidente Lula. Posteriormente, o COL/FIFA – Comitê Organizador Local permitiu a inserção do art. 70 na Lei Geral da Copa (Lei nº 12.663, de 5 de junho de 2012), que introduziu a segurança privada no sistema jurídico brasileiro para os jogos do evento. Finalmente, o COL buscou afinar sua doutrina com a Polícia Federal, órgão regulador da segurança privada no Brasil. A Polícia Federal, por sua vez, fez inserir dispositivos para a atuação da segurança privada nos grandes eventos no novo Estatuto da Segurança Privada, projeto do governo em fase de finalização no Ministério da Justiça, com o fim de substituir a atual e anacrônica lei que regula a segurança Privada, Lei no 7.102/83. Porém, o emprego da segurança privada não depende da aprovação do Estatuto. Está no prelo para publicação uma nova portaria da Polícia Federal que substituirá a Portaria no 387/06. Esta prevê que nos eventos acima de três mil expectadores deverá haver o emprego vigilantes com curso de extensão para grandes eventos. A grade curricular do Curso de Extensão para Grandes Eventos faz parte do anexo da nova portaria, com carga horaria de 50 horas aula Como está de praxe regulado, o curso será ministrado pela Escolas de Formação de Vigilantes autorizadas pela Polícia Federal e será presencial durante cinco dias. As disciplinas e seus conteúdos programáticos foram criteriosamente desenhados para instruir o vigilante a gerenciar multidões e crises. A Polícia Federal realizou estudos na Inglaterra, Alemanha, Holanda, Portugal e África do Sul, com o fim de haver transferência do conhecimento internacional e adaptação à realidade brasileira. A responsabilidade pela formação dos stewards brasileiros (vigilante com Curso de Extensão para Grandes Eventos) é das empresas de segurança privada. Poucas serão as empresas que atuarão nos estádios de futebol, mas não se pode esquecer que a Copa do Mundo 2014 empregará os stewards nos campos de concentração e de treinamento das seleções, hotéis, escritórios da família FIFA, patrocinadores, com a vinda de convidados VIP e colaboradores, fornecedores, comércio e indústria em geral. Ademais, na continuidade, todos os eventos com mais de três mil expectadores devem ter stewards, inclusive nos jogos dos campeonatos internos. A sorte para a segurança privada do Brasil está lançada. A Copa do Mundo será um divisor de águas, elevando o segmento como parceiro dos órgãos de segurança pública dentro do novo sistema integrado de segurança. A responsabilidade do sucesso e de produzir o legado pós Copa está nas mãos do empresário brasileiro.