Retrato da Segurança Viária 2018 Retrato da Segurança Viária 2018 | Page 55
Desenvolvimento e acidentes
O Relatório Global Sobre o Estado da Segurança
Viária 2015 da Organização Mundial de Saúde (OMS)
apontou de maneira contundente a relação entre baixo
desenvolvimento e alto índice de acidentes. A taxa de
óbitos por 100 mil habitantes era de 24,1 nos países de
baixa renda, 18,4 nos de renda média e 9,2 nos de alta
renda. A média mundial foi de 17,4.
Essa realidade replica-se internamente, com algu-
mas variantes, nas discrepâncias entre regiões e entre
estados brasileiros. Assim, as regiões Norte e Nordeste,
que têm os piores índices de Desenvolvimento Huma-
no (IDH) e PIB per capita do país também apresentam
altas taxas de óbitos (21,3, no Nordeste) ou de feridos
(136,7, no Norte) no trânsito.
Um caso à parte é o Centro-Oeste, que tem o ter-
ceiro melhor IDH e segundo maior PIB per capita entre
as regiões, fruto principalmente da riqueza gerada pelo
agronegócio, mas que apresenta 25,1 óbitos (o pior ín-
dice nacional) e 136,3 feridos em acidentes por 100 mil
habitantes (o segundo pior).
As regiões Sul e Sudeste, respectivamente a primei-
ra e a segunda colocadas no ranking regional do IDH (e
a terceira e primeira em PIB per capita), por sua vez, de-
têm alguns dos melhores indicadores no que se refere
às vítimas em proporção à população. O Sul tem a taxa
mais baixa de feridos, de 83,5 por 100 mil habitantes, e
o Sudeste o menor índice de óbitos, 14,4.
As duas regiões também são as que têm a melhor
proporção de leitos hospitalares por 100 mil habitantes
do Brasil: 63,4 e 56,9, respectivamente.
Nos estados, a lógica da disponibilidade de atendi-
mento médico persiste: São Paulo, Rio de Janeiro e Mi-
nas Gerais, que ocupam as três primeiras colocações
no ranking dos leitos por 100 mil habitantes, têm índices
de óbitos em acidentes inferiores à média nacional.
O Sudeste, a região com
o maior PIB per capita
do Brasil, também tem o
menor índice de óbitos em
acidentes de trânsito em
proporção à população
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