Retrato da Segurança Viária 2018 Retrato da Segurança Viária 2018 | Page 54

PANORAMA BRASIL Retrato do Brasil rodoviário A Pesquisa CNT de Rodovias avaliou, em 2016, assim como em anos anteriores, mais de 100 mil quilômetros de estradas pavimentadas no Brasil. Ainda assim, trata- -se de um universo restrito: apenas 12,3% da extensão rodoviária nacional é asfaltada. Foram avaliados cerca de 12 mil quilômetros na região Norte, 28 mil no Nordeste, 29 mil no Sudeste, 18 mil no Sul e 16 mil no Centro-Oeste. O investimento em infraestrutura rodoviária no ano foi de R$ 8,6 bilhões, o que equivale a menos da meta- de do custo representado pelos acidentes em termos de óbitos e feridos. A avaliação da Confederação Nacional de Transportes foi que apenas 42% da malha das rodovias federais e es- taduais pode ser consideradas em ótimo ou bom estado, uma redução de 1 ponto percentual em relação a 2015. Em 2016, a maior parte (35%) das rodovias estava em condições regulares, enquanto 23% delas foram consi- deradas ruins ou péssimas. Na sinalização, 51,7% das rodovias apresentaram al- gum tipo de deficiência. De 2015 para 2016, houve au- mento de 26,6% no número de pontos críticos (trechos com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caí- das e erosões), que passaram de 327 para 414. O estudo da CNT também revelou que, nos trechos de rodovias sob concessão da iniciativa privada, 78,7% tiveram o estado geral classificado como ótimo ou bom. A situação é inversa nas rodovias sob gestão pública: 67,1% apresentaram algum tipo de deficiência e foram classificados como regulares, ruins ou péssimos. A região Sudeste obteve o maior percentual de rodo- vias em condições ótimas ou boas: 56%, o mesmo índice de 2015. Na outra ponta está a região Norte, com apenas 24% da malha de estradas pavimentadas avaliadas po- sitivamente. Houve um recuo significativo na qualidade das rodo- vias no Nordeste, onde as consideradas ótimas e boas caíram de 44% para 37%. Já o Sul conseguiu melhorias: as rodovias avaliadas como ótimas ou boas passaram de 35% para 40%. CONTRASTES Entre as dez unidades federativas com as maiores pro- porções de estradas em melhores condições (figura 15) há duas do Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro, encabeçando a lista), três do Nordeste (Alagoas, Paraíba e Pernambuco), duas do Centro-Oeste (Distrito Federal e Mato Grosso do Sul) e uma do Norte (Rondônia), expondo o fato de que as disparidades entre estados vizinhos em alguns aspectos podem ser tão profundas quanto as diferenças de investi- mento em infraestrutura que existem entre as regiões. Esses contrastes também comprovam que não há de- terminismo regional no que se refere à qualidade das rodo- vias: é preciso vontade política para melhorá-la. Figura 15 - Ranking dos estados por condições das estradas Em porcentagem de rodovias federais e estaduais com avaliação ótima ou boa, por km, em 2016 1º São Paulo 82% 2º Rio de Janeiro 63% 3º Alagoas 57% Distrito Federal 57% 4º Mato Grosso do Sul 46% 5º Paraná 45% Rondônia 45% Espírito Santo 44% Paraíba 44% Pernambuco 42% 6º 7º 54 RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA | 2018 Fonte: CNT, 2016