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Rio de Janeiro (54,8) e o Mato Grosso do Sul (61,2).
Observa-se em boa parte dos estados uma tendência
de alta nos índices de feridos por 100 mil habitantes. Em
Alagoas, a taxa passou de 30, em 2008, para 87,8, em
2016. No Amazonas, saiu de 12,5, em 2007, para 66,4, em
2016, com um pico de 69,2 em 2011. Na Bahia, o índice foi
de 27,7, em 2008, para 83,5, na última contagem. No Ceará,
elevou-se de 66,2, também em 2008, para 136, em 2016.
A ascensão foi ainda mais significativa no Espírito Santo,
onde era de 46,4, em 2008, e passou para 163, em 2016. No
Mato Grosso, subiu de 56,1, em 2005, para 215,1, em 2016.
O Mato Grosso do Sul registrou um comportamento
atípico nos dados: a taxa por 100 mil habitantes deu, em
apenas três anos, um salto vertiginoso de 14, em 2008,
para 93,4, em 2011. Nos anos seguintes, foi caindo paulati-
namente até chegar a 61,2, em 2016. Pernambuco também
teve uma alta radical, seguida de queda suave: o índice foi do
irrisório 1,2, em 2008, para 91,2, em 2013, e atingiu 77,7 em
2016.O desempenho mais negativo, contudo, foi o do Piauí,
cuja taxa de feridos por 100 mil habitantes passou de 74, em
2005, para 265,5, em 2016, a mais alta entre os estados.
As melhoras mais representativas no indicador foram
verificadas no Amapá, onde ele caiu de 119,1, em 2012, para
84,9, em 2016, no Maranhão (de 172,5 para 111,1, entre 2014
e 2016), na Paraíba (de 143,1 para 102,5, entre 2010 e 2016)
e em Rondônia (de 230,9 para 133,2, entre 2010 e 2016).
Retrato de feridos por tipo de usuário
Assim como ocorreu com os óbitos, entre as vítimas
não fatais dos acidentes sobressaíram os motociclis-
tas, nos dados de 2016. Os ocupantes de motos repre-
sentaram 64% dos acidentados, um aumento de 1 ponto
percentual em relação ao ano anterior, seguidos por pe-
destres (19%), usuários de carros (9%), ciclistas (7%) e
usuários de caminhões e ônibus (1%). Os motociclistas
lideraram o ranking de feridos em todas as regiões do país.
Chama atenção o fato de a proporção de motociclistas
feridos ser tão maior do que a de motociclistas mortos.
A comparação da incidência de usuários de motos entre
os mortos e os feridos revela quanto eles se tornaram os
mais expostos e vulneráveis no trânsito, a ponto de que
mesmo as colisões mais banais muitas vezes resultam
em lesões, quando não em morte. Isso pode ser atribuído
tanto ao crescimento exponencial da frota de motocicle-
tas quanto, em muitos casos, ao comportamento de risco
que seus condutores adotam.
No Norte, a proporção de motociclistas feridos saltou
de 44%, em 2005, para 80%, em 2016, totalizando12.128
vítimas. Isso fez cair a participação de todos os outros ti-
pos de usuário no total de lesionados. Os pedestres foram
de 36% para 11%; os motoristas e passageiros de automó-
veis, de 6% para 3%; os ciclistas, de 13% para 6%; e os ocu-
pantes de caminhões e ônibus, de 1% para perto de 0%. A
dominância dos motociclistas no universo dos feridos
no trânsito no Norte fez com que a região registrasse a
menor proporção de feridos entre pedestres e ocupantes
de automóveis do país.
Movimento semelhante observou-se nas outras
regiões, com exceção do Sul, onde a participação dos
ciclistas permaneceu inalterada em 9% e a de ocupan-
tes de caminhões e ônibus, em 1%, e do Centro-Oeste,
onde os pedestres continuaram representando 22% do
total de lesionados.
O estado com o maior número de motociclistas fe-
ridos (21.561) foi São Paulo, seguido de longe por Minas
Gerais (11.526) e Rio de Janeiro (6.630). Amapá (194), Acre
(565) e Mato Grosso do Sul (846) registraram os menores
números de motociclistas feridos.
A enorme disparidade entre os avanços obtidos na
redução de óbitos e o retrocesso, sob todos os aspectos,
nos índices de feridos, deve servir de alerta para a criação
de estratégias voltadas para a mitigação dos custos hu-
manos e econômicos dos acidentes de menor gravidade.
80 %
foi a proporção de
motociclistas no total
de feridos no trânsito
da região Norte
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