Retrato da Segurança Viária 2018 Retrato da Segurança Viária 2018 | Page 37
O
desafio de atingir as metas do Pnatrans
começa com uma boa notícia: o índice de
óbitos nas estradas e ruas brasileiras é o
mais baixo em doze anos. Em 2016, o ano
que serve de referência para esta edição
do Retrato da Segurança Viária, a taxa foi de 18,4 por 100
mil habitantes. Em 2005, o índice de mortalidade no trân-
sito foi de 19,7, e, em 2012, atingiu seu auge, com 23,5.
A tendência de diminuição do número de mortes,
apesar do crescimento da frota e da popularização das
motocicletas, serve de estímulo para a aplicação dos
passos previstos no Pnatrans.
PREOCUPAÇÕES
Na contramão da tendência de queda estão os indica-
dores de feridos no trânsito, para os quais não há metas
específicas no Pnatrans. Depois de um bom desempe-
nho em 2008, eles voltaram a crescer com força e qua-
se duplicaram, em proporção à população, nos oito anos
seguintes. Isso deixa claro que as medidas e estratégias
de redução de mortes não impactam da mesma forma
no volume e na taxa de vítimas de acidentes não-fatais.
Uma oportunidade de melhoria reside no desenvol-
vimento de estratégias específicas de prevenção de aci-
dentes que envolvam motocicletas. Isso tem potencial
para reduzir tanto os óbitos quanto o número de feridos,
por duas razões. A primeira delas é que o crescimento
exponencial da frota fez com que os ocupantes desses
veículos se tornassem as maiores vítimas no trânsito,
representando 41% do total de óbitos. A segunda razão
é que a motocicleta, por combinar velocidade e baixa
proteção externa, tem uma probabilidade maior de se
envolver em um acidente com mortos e feridos do que
o automóvel. Essa alta exposição dos motociclistas nas
colisões faz com que eles correspondam a nada menos
que 64% dos feridos no trânsito. Mesmo nos menores
impactos, eles correm grande risco de se machucar.
Por fim, outro ponto que merece atenção é o desem-
penho do Centro-Oeste, do Nordeste e do Sul no que se
refere à proporção de mortes por grupo de habitantes.
Apesar de as três regiões terem registrado queda nos
índices, eles ainda estão acima da média brasileira, o que
significa que há margem para melhorias, e essas de-
pendem da adoção de medidas relativamente simples.
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