Retrato da Segurança Viária 2018 Retrato da Segurança Viária 2018 | Page 35

Figura 3 - Fatores que impactaram negativamente na segurança viária nos últimos anos 1 Os altos e baixos da economia A crise de 2008 reduziu o número de quilômetros rodados e, consequentemente, também os acidentes. Com a recuperação econômica, as viagens foram retomadas - e os acidentes voltaram a crescer 2 A popularização das bicicletas Diversos países registraram um aumento no uso de bicicletas nos últimos anos. Esse fenômeno foi acom- panhado de um número maior de acidentes envol- vendo esse tipo de veículo 3 A redução da fiscalização A polícia em diversos países assumiu novas prioridades, reduzindo os esforços para coibir práticas perigosas no trânsito, como o desrespeito aos limites de velocidade e dirigir sob efeito de álcool 4 A desatenção ao volante Houve um aumento nos acidentes causados pelo uso de aparelhos celulares por motoristas Fonte: International Traffic Safety Data and Analysis Group e Reino Unido. Liderando a lista, a Noruega alcançou uma taxa de mortalidade de dois óbitos por 100 mil habitan- tes em 2017, um marco histórico desde o início da coleta sistemática de dados de segurança no trânsito. No ano passado, a Noruega teve 106 mortes, o que corresponde a 20 por milhão de habitantes. Essa é a menor taxa de mortalidade no trânsito desde que os carros se tornaram um meio comum de transporte no pós-guerra, segundo relatório do Conselho Europeu de Segurança nos Trans- portes (ETSC). O Brasil não faz parte dos países analisa- dos no Relatório Anual de Segurança Viária da Irtad. Mas, se confrontarmos os dados do Irtad com os da presente edição do Retrato da Segurança Viária, verifica-se que, na comparação com 38 países, o Brasil estaria em ante- penúltimo lugar no ranking das nações com menor taxa de óbitos no trânsito por 100 mil habitantes (figura 2). Por esse indicador, o Brasil está na companhia de países em desenvolvimento como Camboja, Argentina, México, Uruguai, Jamaica, Colômbia, Malásia e África do Sul. O único país desenvolvido com uma taxa superior a 10 óbitos por 100 mil habitantes da lista são os Estados Unidos. Entre os países latino-americanos, o Chile obte- ve o menor índice: 10,5. Na comparação com os vizinhos, o Brasil ainda tem índices mais elevados: a Argentina re- gistrou 12 óbitos por 100 mil habitantes, o Uruguai 13,5 e a Colômbia 14,1. Por outro lado, as vias brasileiras estão se tornando mais seguras. Na comparação com 40 países analisados pelo Irtad, o Brasil encontra-se no pelotão in- termediário daqueles que conseguiram reduzir o número total de mortes no trânsito. A diminuição no Brasil foi de 1,3 milhão de pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito no mundo 12,8% entre 2010 e 2016, um desempenho equivalente ao da França e ao da Nova Zelândia no mesmo período. O esforço desses dois países em reduzir 12% a taxa de mortalidade no trânsito é notável, uma vez que o indica- dor nesses países já é baixo (5,3 e 7,9, respectivamente). Os desempenhos mais notáveis foram apresentados por Portugal, Lituânia, Noruega, Grécia e Suíça, todos conseguindo reduções de mais de 30% no número total de mortos no trânsito. RETRATO DA SEGURANÇA VIÁRIA | 2018 35