Retrato da Segurança Viária 2018 Retrato da Segurança Viária 2018 | Page 32
PANORAMA MUNDO
O documento mais completo nesse sentido, a mais
recente edição do Road Safety Annual Report (Relatório
Anual de Segurança Viária), de 2018, revela que as metas
da Década de Ação pela Segurança no Trânsito não serão
atingidas globalmente. O relatório mostra que o número
de mortes no trânsito diminuiu desde a primeira década
do século XXI, quando se observa o desempenho médio
de 41 países citados no documento, produzido pelo Irtad.
No entanto, apesar de indicar uma boa notícia, tal pro-
gresso não vem se mantendo linear ao longo dos anos.
2 %
foi a redução nos óbitos no
trânsito em 41 países em 2017,
segundo relatório do Irtad
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Os fatores que contribuem significativamente para a
ocorrência de acidentes rodoviários são a não utilização
de cinto de segurança ou capacete, a distração com dis-
positivos móveis, a condução sob a influência de álcool
ou drogas e o desrespeito aos limites de velocidade. Es-
tudos comprovam que a probabilidade de um pedestre
adulto morrer se for atingido por um carro a 50 km/h é
de menos de 20%, mas ela aumenta para quase 60% se
o carro estiver a 80 km/h. Esses, portanto, são os pon-
tos-chave para investimentos e melhoria.
Entre 2015 e 2016, por exemplo, o número de mor-
tes nas estradas em muitas das nações avaliadas es-
tabilizou-se ou aumentou. Especialistas acreditam que
a tendência a longo prazo seja a queda, mas o fato de
haver desempenhos díspares na redução de fatalidades
no trânsito deixa ainda distante o cumprimento da meta
mundial de segurança no trânsito, definida pela ONU em
2011 — reduzir em 50% os índices de mortes e acidentes
em vias terrestres.
A diferença nesses desempenhos internacionais tem
relação com estágios de desenvolvimento socioeconô-
mico e as suas respectivas formas de encontrar solu-
ções que, de fato, melhorem os indicadores de seguran-
ça nas estradas e rodovias. Entre os países que tiveram
os melhores resultados estão os da União Europeia (UE)
— cujos avanços nas últimas décadas se dão graças a
ações nos níveis nacional, regional e local. Ainda que te-
nha havido dois anos de estagnação (2014 e 2015), o
número de mortes nas estradas foi reduzido em 2% em
2016, e o mesmo percentual se repetiu em 2017.
Os países que registraram menos de três mortes por
100 mil habitantes em 2017 foram Noruega, Suíça, Suécia