No que se refere ao internamento em comunidade terapêutica , em 2015 revelouse um aumento de dependentes do álcool e de casos provenientes da Justiça , em regime de vigilância eletrónica , por motivos de consumo e tráfico de estupefacientes .
Estas alterações implicaram a necessidade de adequação da intervenção ( dinâmicas e acompanhamento terapêutico ), complementada com a formação da equipa nesta área , nomeadamente em colaboração com a Unidade de Alcoologia de Coimbra , assim como uma maior aposta ao nível da motivação para o tratamento e da intensificação do acompanhamento personalizado / individualizado .
Dentro da área da Inclusão podem ser referidas algumas atividades relevantes realizadas com a comunidade e parceiros : Exposição fotográfica “ Vidas Nossas ”, de 2014 a março de 2015 , em diversos locais da cidade e distrito ; solidificação do grupo de Teatro , “ Vidas em Palco ”, com cobertura televisiva materiais de disseminação ; coordenação da Cáritas Coimbra do grupo de trabalho do Projeto de Intervenção com os Sem-abrigo do Concelho de Coimbra ( PISAC ).
A maior dificuldade no trabalho com os utentes com problemáticas de adições respeita ao seu encaminhamento , quando são portadores de um quadro clinico invalidante e comprometedor , para respostas de intervenção adequadas no âmbito da saúde mental , cujas estruturas são inexistentes .
A autonomização de indivíduos com patologias ( esquizofrenias , depressões , hepatites ,…), terapêutica medicamentosa associada a outros problemas de saúde e a inexistência de resiliência , demanda um trabalho muito mais próximo de acompanhamento e de supervisão , tornando o seu processo de reinserção muito moroso e nem sempre com resultados positivos , pela falta de respostas ou pelas recaídas nos consumos .
De igual modo , no que diz respeito ao consumo de substâncias psicoativas , foi sentida , à semelhança de anos anteriores , a lacuna existente no tratamento para o consumo de cocaína e o aumento do consumo de buprenorfina e metadona por via endovenosa , o que se começa a revelar um problema de saúde pública grave e que tem merecido uma grande preocupação da Cáritas de Coimbra mas que necessita de uma ação política e pública ainda pouco estruturada .
Os desafios para o futuro passam por uma atuação ao nível dos comportamentos de consumo , na medida em que estes necessitam de um maior estudo do fenómeno e uma adequação da perspetiva atualmente adotada . Também se irá tentar melhorar a triagem dos utentes com introdução de instrumento de avaliação psicológica ( MOCCA ), que permita melhor perceber o perfil e potencialidades de cada um . É de referir o investimento que se irá manter no sentido de potenciar a articulação com a Academia , nomeadamente através da publicação de artigos científicos .
No que respeita ao VIH , está a ser também repensada a intervenção levada a cabo , com perspetivas de a alargar a outras formas de atendimento e ramificação nas estruturas locais , abrindo as portas a uma nova abordagem neste sentido .
Figura 33 – Administração de medicação no Centro Sol Nascente ( Coimbra )
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