Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 82
Leon Diniz
Suelen, 30 anos, ex-moradora do Mandela.
“Eles falaram que iria ser algo pacífico,
mas não foi o que aconteceu. Eles entraram gritando 'Sai! Sai! Sai!'. Eles chegaram
empurrando. Um dos meus filhos saiu praticamente desmaiado com o cheiro da bomba de gás lacrimogêneo. Minha filha mais
velha está traumatizada. É uma coisa muito
desumana. Eles acham que somos bichos,
só porque a gente mora ali. Estamos ali porque precisamos. Eu sei que aquilo ali não
era nosso, mas o meu sonho era sair do aluguel. Imagine receber um salário mínimo,
ter de pagar aluguel e ter de sustentar três
crianças? É difícil, né?”
A CDDHC adotou os seguintes encaminhamentos referentes ao caso:
Loreto, na Ilha do Governador, e a angústia das pessoas que foram removidas de
maneira truculenta da Favela da Telerj,
no mês de abril. Cento e oitenta e cinco famílias receberam um cheque de R$
1.200 para desocupar o local. O valor, que
seria referente ao aluguel de um imóvel
por três meses, renovável por um ano, foi
pago pela Prefeitura através da Fundação
Bento Rubião.
• Acompanhou de perto a desocupação do
prédio, denunciando as violações cometidas
no processo;
• Em setembro, além de constatar a omissão do Estado, verificou de perto o abrigo
na quadra da Paróquia Nossa Senhora do
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