Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 60

CDDHC: Você acha que, se não tivesse trabalhado numa novela da Globo, ainda estaria preso? Vinícius: Fiz três escolhas em minha vida que foram primordiais. Ter feito o curso de psicologia; trabalhado no IML (Instituto Médico Legal) e na 23ª DP (Méier); e o fato de ter feito figuração na novela. Por ter feito estágio na delegacia, fiquei tranquilo quando fui abordado porque achei que seria encaminhado para a 23ª DP. Os inspetores iam me ver e eles sabem do meu caráter. Eu ia poder me explicar. Mas isso não aconteceu, fui para a 25ª DP. A psicologia me ajudou no presídio a ter um equilíbrio muito grande. Não tive contato com meu pai, não tive contato com os meus amigos. Pensei que estava sozinho e tive que ter um equilíbrio emocional grande. A figuração foi muito importante porque foi um dos motivos que me tirou de lá. Se o jornal colocasse assim: “vendedor é confundido com ladrão...”, eu acho que ainda estaria lá. O fato de ser ator de novela foi o que em parte me tirou de lá. CDDHC: Qual foi a importância da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania no seu caso? Vinícius: Foi muito importante a comissão ter feito a audiência pública porque os casos não são raros, não são isolados. Eles acontecem com muita frequência. Por isso, é importante que seja mostrado, exposto e que sirva para pressionar as instituições. >> Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=zudHH31v6Vc&index=2&list=PLib4jcpFaJi4aCDgvnPcxnPGW3NabLEgo 59