Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 37

o que eles queriam e assinar (o depoimento). Fomos obrigados a assinar (o boletim policial) como exploração sexual, mas num dos apartamentos só tinha uma mulher trabalhando. O prédio foi interditado como local de crime, sendo que nada foi encontrado lá. Não encontrou morto, drogas nem menores de idade. Cerca de 400 mulheres ficaram na rua sem ter onde morar. Na Delegacia da Mulher, a delegada não quis fazer a ocorrência de abuso sexual, físico e verbal. Na 76ª DP também foi negado. Um policial me deu tapa na cara, puxou meu cabelo e me deu um chute na perna. Como não fiz a ocorrência, não podemos fazer o exame de corpo de delito. 36 CDDHC: Qual a situação das prostitutas que trabalham no Prédio da Caixa? Joice: A profissão é reconhecida pelo Ministério do Trabalho. A gente paga o INSS. Belo Horizonte tem cerca de 4 mil mulheres (que trabalham como prostitutas). Lá, a Caixa Econômica Federal fez uma parceria com a Aprosmig (Associação de Prostitutas de Minas Gerais) e regulamentou. As meninas têm máquina de cartão de crédito, talão de cheque e todos os direitos de qualquer trabalhador. A gente não tem isso aqui. Aqui é perseguição. https://www.youtube.com/watch?v=w08oXCbbi5Q