Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 106
Caju frente ao desenvolvimento urbano da
região portuária. O bairro Caju que integra
a I Região Administrativa (I RA) do Município, denominada de Zona Portuária, junto
com os bairros da Saúde, Gamboa e Santo
Cristo, foi excluído do território de abrangência da AEIU, sem qualquer justificativa,
uma vez que existia a previsão de inclusão
do bairro quando da tramitação do projeto
de lei na Câmara Municipal de Vereadores
do Rio de Janeiro. Tal fato veio aprofundar
ainda mais o ciclo de abandono urbano e
degradação socioambiental desse que é o
mais “portuário” dos bairros da região,
concentrando as principais atividades
econômicas integrantes da retroárea do
Porto, além de atividades industriais, unidades militares, cinco cemitérios, uma estação de tratamento de esgotos, (ETE Alegria), uma usina de reciclagem de lixo e a
concentração de oito favelas. Cabe destacar que o bairro tem recebido do Pro-
jeto Porto Maravilha apenas os impactos
socioambientais negativos ocasionados
pelos projetos de transformação viária
da região, como, por exemplo, o aumento do fluxo de transporte de caminhões
e carretas pesadas, decorrente do fechamento do portão nº 24 do Porto, situado
em frente ao Instituto Federal de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
Assim, é oportuno vocalizar, através do relatório da CDDHC, a situação de inviabilização e banimento social e urbano do bairro
Caju e de seus moradores pelo poder público nas suas diferentes escalas da federação,
ao longo de décadas, em especial pelo poder municipal, e também pelo Projeto Porto
Maravilha que “virou as costas” ao bairro,
expurgando-o das melhorias e investimentos previstos pela OUC e da própria representação de quais territórios constituem a
região portuária da Cidade.
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