RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 63

atentado com granada, dessa vez na 6ª DP, na Cidade Nova. O governador Anthony Garotinho e o Secretário de Segurança Josias Quintal atribuíram os episódios à insatisfação dos policiais contra o ISP. Em março de 2001 a Polinter sofre novo atentado com granada. As corporações policiais conseguiram em maio derrubar a Nova Polícia de Garotinho. Por unanimidade o Tribunal de Justiça decidiu que o ISP não poderia gerir a segurança pública no estado e que os policiais civis e militares só estão subordinados aos seus superiores no âmbito das referidas polícias. No final de junho o Tribunal de Justiça nega o último recurso do governo estadual e impõe a reintegração de mais de setecentos policiais da chamada “banda podre”, envolvidos em assassinatos, sequestros, tráfico de armas, roubos e extorsões, que tinham sido afastados de suas funções nos dois primeiros anos de mandato de Anthony Garotinho. O Tribunal de Justiça também revogou o decreto do governador proibindo a venda de armas no estado. A essa altura o antigo Chefe de Polícia Civil, Rafik Lozada, já tinha sido exonerado por conta das suspeitas levantadas sobre ele com a CPI do Narcotráfico e foi substituído pelo jovem delegado Álvaro Lins. Uma de suas primeiras atitudes no novo cargo foi o afastamento do delegado Fernando Moraes, que denunciou o envolvimento de diversos detetives da cúpula da Polícia Civil com o traficante de drogas conhecido como Fernandinho Beira-Mar. Enquanto isso, entre policiais militares, diversas denúncias envolvendo homicídios, contrabando, extorsão e sequestro voltavam a inundar os noticiários. Em julho, quatro PMs foram presos depois do sequestro de um menino morador da Mangueira, o qual, acreditavam, era primo do chefe do tráfico no morro. No mesmo mês, um noticiário da Rede Globo exibe em cadeia nacional uma gravação em que policiais militares do 18º BPM recebiam propina de traficantes. No mês seguinte o coronel da reserva da Polícia Militar, José Hugo Ribeiro, e seu filho, capitão reformado da PM, Hugo Rodolio Doring Ribeiro, são presos com um arsenal composto por mais de cinco mil balas de diferentes calibres [O Globo, 16/08/2001]. No dia 15 de agosto, o açougueiro Evalmir Ferreira, de 33 anos, foi sequestrado por policiais do serviço reservado do 17º BPM e mantido em cativeiro enquanto sua família era extorquida. Os policiais exigiram um resgate no valor de dezoito mil reais e mais cinco armas para libertar Evalmir. A casa de sua família foi invadida pelos policiais, que a reviraram e só saíram de lá depois que a esposa do sequestrado levantou o valor