RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 46

Para dar suporte à ação do Exército, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro organizou um mutirão com trinta e nove magistrados e os colocou à disposição da Operação. Uma das preocupações era evitar as ilegalidades da primeira Operação Rio, quando os mandados eram expedidos após as detenções. A parceria, no entanto, enfrentou dificuldades já na segunda semana de atividades. Uma parte dos mandados não foi expedida, pois os supostos criminosos não estavam identificados e, até então, o serviço de inteligência do Exército só havia fornecido apelidos. Com um mês de Operação Rio II os principais índices de criminalidade haviam subido de maneira substancial, a ponto do então Secretário de Segurança Pública, o general Euclimar da Silva, afirmar que “é preciso que se evite um clima de histeria” [O Globo, 27/04/95]. A causa do fracasso da Operação Rio II é apontada por um ministro das Forças Armadas como decorrente da falta de reforma nas polícias. A situação no Rio é muito séria. No meu entender só há uma solução: “montar” a polícia o mais rapidamente possível. As Forças Armadas não podem resolver o problema, e eu acho que a gente nem deveria ter entrado antes da polícia ser “montada” [O Globo, 28/04/95]. Os “excessos” da polícia No mesmo dia em que o ministro das Forças Armadas dava essa declaração, dois homens foram encontrados mortos, por enforcamento, às margens do Rio Meriti, na Vila da Penha. Tinham as mãos e pés atados. Junto a eles havia dois cartazes. No primeiro,