RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 16

nos pontos indicados pelos contribuintes e entregou unidades de destacamento móvel que serviam como postos avançados dos batalhões em pontos chave da cidade. A gestão de Leonel Brizola também se emprenhou em combater o fenômeno da segurança particular, que se tornava uma tendência nos bairros da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. À época um negócio já bastante lucrativo, em geral sob a gerência de policiais da ativa, bem como de agentes de segurança expulsos de suas corporações, o governador chegou a determinar a prisão dos então chamados “guardas noturnos”, sendo duramente criticado pelos canais de comunicação. Em nota publicada no jornal O Globo de 19/04/84, Brizola era acusado de querer assegurar o monopólio da segurança pública para o Estado. Parece que a Polícia Militar não está nas ruas para prender bandidos. Ocupa-se também do monopólio estatal da vigilância. Em nome dessa curiosa prerrogativa de exclusividade, a PM anda prendendo membros da Guarda Noturna que, sob contrato, vigiam residências. Deveria mudar suas prioridades. Primeiro, garantam total segurança nas ruas da cidade. Depois, tendo provado que sozinha dá conta do recado, bata as portas da Justiça para defender seu monopólio.