RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 104

minuto efetuou mais de cem disparos. As balas atingiram o veículo usado na fuga, mas também acertaram inúmeras residências. Em novembro de 2012, o caso foi arquivado a pedido do Ministério Público, que considerou a ação legítima defesa. Um ano após a perseguição, as imagens feitas pela própria polícia de dentro do helicóptero foram divulgadas em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, suscitando críticas de todos os especialistas convidados. O caso foi, então, reaberto em 2013. Apenas para, em março de 2014, ser novamente arquivado, novamente a pedido do Ministério Público. A promotora Valéria Videira, da 21ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), entendeu que os policiais agiram em legítima defesa. O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do 4º Tribunal do Júri, concedeu o arquivamento. Em concordância com a tese de legítima defesa do Ministério Público, os mais de cem disparos contra o veículo de Matemático, efetuados em uma zona eminentemente residencial, onde diversos imóveis foram atingidos, se justificariam, na interpretação do magistrado, como consta na sentença que proferiu, porque: Os criminosos puseram em risco não só os policiais como também a sociedade, pois evidenciaram a disposição de efetuar disparos [O Globo, 26/03/14]. Declínio das UPPs