REF&H - Edição 80 (Janeiro-Fevereiro/2017) Edição reduzida | Page 11

Nas que não têm sequer uma área que responda por tal função, este quadro é apenas mais grave e de igual teor. Infelizmente, raras são as empresas fitness & wellness nas quais encontramos processos estruturados de recrutar e selecionar talentos.

Grigoletti (2012) defende a posição de que muitos gestores não consideram a contratação uma função estratégica e, por isso, não analisam consequências financeiras e efeitos negativos que um colaborador inadequado pode exercer sobre clientes externos e internos. São comuns decisões “emocionais” predominarem em escolhas feitas por gestores, levando-os a inserir na equipe pessoas que, além de não possuírem perfil para lá estarem, não se comprometem com as atribuições e papéis que deveriam cumprir na empresa.

Ainda tratando de contratações com efetividade, Banov (2015) e Teixeira et al. (2005) são unânimes ao afirmar que empresas precisam de colaboradores que ajudem a empresa a ser mais eficiente, eficaz e lucrativa e, para isso, é imperativo saber selecionar com

foco no negócio e suas peculiaridades.

Assim, é necessário definir um perfil adequado a cada função, características específicas que a atividade demanda, definindo a partir daí, as estratégias de seleção mais adequadas para a contratação pretendida.

Considerando que boa parte das empresas fitness & wellness não têm, em sua estrutura, uma área responsável pela gestão de pessoas, fica fácil perceber as causas de tanta fragilidade e inadequação entre pessoas e funções nessas empresas, gerando dissonâncias entre quem elas deveriam ter e quem elas efetivamente têm ao seu dispor.

Uma evidência dessa dissonância foi apresentada numa pesquisa desenvolvida por Darmont; Farias (2006), e corroborada por outro estudo de Farias (2013) no qual investigava-se a coerência entre demandas por competências em empresas fitness & wellness e as respectivas práticas em seleção profissional.

Em ambas, desenvolvidas em diferentes regiões do Rio de Janeiro, a quase totalidade dos gestores pesquisados não apresentava conhecimentos com sustentação teórica consistente em relação a processos seletivos. Além disso, muitos sequer demonstravam a necessidade de investir nesse campo, caracterizando assim uma visão ainda “amadora” em termos de gestão de pessoas em seus respectivos negócios.

Diante desse quadro, e considerando que um novo ano se inicia, com novas demandas e possibilidades de inovação em processos e estratégias das nossas empresas fitness & wellness, sugerimos aos gestores que considerem a possibilidade de refletir sobre este assunto, buscar qualificação específica de coordenadores, supervisores ou quaisquer profissionais que respondam pelos processos seletivos, de modo a fazer com que realizem a melhor seleção, dos melhores profissionais e que sejam geradores dos melhores resultados.

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