debate i minérios
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extração de minério:
China responde por 95% da
produção de Terras Raras
A corrida em busca dos elementos da moda tem uma justificativa
que vai além do possível lucro em
negociações com as indústrias de
alta tecnologia. Produzir Terras Raras
significa diminuir o poder da China.
O país asiático, atualmente
responsável por 95% da produção
mundial desses minerais, começou
a estabelecer restrições à exportação
das matérias-primas para forçar que
as indústrias de tecnologia migrassem para lá.
Os Estados Unidos, que, até a
década de 1990, eram autossuficientes na produção de Terras Raras
e seu exportador número um, não
investiram na produção. Atualmente,
têm que importar os minerais. Em
março deste ano, junto com a União
Europeia e o Japão, os americanos le82 I Poderes em Revista
varam o caso à Organização Mundial
do Comércio (OMC), denunciando
a China pela restrição das exportações – briga de cachorro grande com
vencedor ainda desconhecido.
Apesar do nome, os Terras Raras
são comuns na natureza, mas é preciso investimento em tecnologia para
serem extraídos e processados. Até
porque, neste caminho, terminam
sobrando elementos radioativos –
que, sabemos todos, não podem
simplesmente ser jogados por aí.
“O processo de extração deste
tipo de mineral é difícil. Aqui no
Brasil extraíamos Terras Raras, principalmente no Espírito Santo, mas
ficamos pra trás. Existem áreas sendo
pesquisadas, só que ainda não temos
a tecnologia necessária para uma boa
produção”, afirma Marcelo Tunes.
Não-renováveis Entre pesquisas nos terrenos, estudos de viabilidade econômica, licenciamento
ambiental e a extração propriamente
dita, um projeto de mineração não
leva menos que sete anos. Demora,
mas nunca para, e o aumento da população global – junto com a busca
por bens de consumo – faz crer que
a atividade de mineração só tende
a crescer. Vale então perguntar: os
minerais vão acabar?
Para o professor Aroldo Misi, coordenador do Centro de Pesquisa em
Geofísica e Geologia da Universidade
Federal da Bahia (UFBA), afirmar que
os minerais são recursos não-renováveis
é um erro. “É claro que a quantidade
diminui e aumentam as dificuldades,
mas não chegaremos à ausência de
minerais”, argumenta ele, que já
presidiu a Sociedade Brasileira de
Geologia (SBGEO).
“Os bens são finitos para o nosso
tempo e nossos meios de produção,
mas os minerais são renováveis naturalmente, porque os processos geológicos da Terra não param”, emenda.
Na opinião do pesquisador, o que
se precisa é investir cada vez mais
em tecnologia para que a produção
mineral cause o menor impacto
possível no meio ambiente. “Não
podemos radicalizar e simplesmente
parar a exploração, porque a procura
por minerais só cresce. Os impactos
ambientais em área de mineração
têm diminuído, as áreas de lavra
hoje são totalmente reconstruídas. O
caminho é esse”, destaca Misi.
Para Marcelo Tunes, a mentalidade das empresas em relação ao
cuidado com o ambiente no entorno
das minas vem mudando. “Há cerca
de 20 anos, realmente não havia
grande preocupação, a preservação