PODERES EM REVISTA 4ª edição | Page 59

ritto, cirurgião: mal pode afetar todo o equilíbrio do corpo S ei que corro risco de perder 90% de vocês de cara, leitores, mas vou contar logo: o bruxismo não tem absolutamente nada a ver com bruxas. A palavra tem origem no grego brúkhein, que significa “ranger dos dentes”. A primeira aparição do termo foi em um trabalho científico francês, de 1907, em que o mal foi denominado “bruxomanie”. Em inglês, virou “bruxism” (pronuncia-se ‘brukcizm’) e, em português, acabou ficando com esse nome engraçado. Pronto. Agora, com vocês provavelmente mais tristes depois do fim do encanto, vamos lá. Chama-se de bruxismo o hábito de ranger (ou apertar) os dentes. O mal está diretamente relacionado ao estresse e à ansiedade. Por algum motivo que nem os médicos nem os dentistas sabem ao certo explicar, em algumas pessoas, um estado de tensão permanente ou temporário leva à contração involuntária e, na grande maioria das vezes, inconsciente dos músculos da mastigação. O que, consequentemente, faz a pessoa apertar ou ranger os dentes. “Algumas pessoas com níveis altos de estresse sofrem com queda de cabelo, outras apresentam manchas na pele. Tem gente que range os dentes. É uma contração involuntária dos músculos da mastigação, uma necessidade de descarga da pressão que leva a pessoa a travar a boca”, explica a dentista Kenya Felicíssimo, especialista em odontologia do sono. Sendo involuntário, inconsciente e, ainda por cima, muitas vezes acontecer à noite, enquanto a pessoa está dormindo, eis o primeiro desafio do bruxismo: diagnosticá-lo. Se ele for noturno, é preciso que alguém ouça Poderes em Revista I 59