ritto, cirurgião:
mal pode afetar todo
o equilíbrio do corpo
S
ei que corro risco de perder
90% de vocês de cara, leitores, mas vou contar logo: o
bruxismo não tem absolutamente
nada a ver com bruxas. A palavra
tem origem no grego brúkhein,
que significa “ranger dos dentes”. A
primeira aparição do termo foi em
um trabalho científico francês, de
1907, em que o mal foi denominado “bruxomanie”. Em inglês, virou
“bruxism” (pronuncia-se ‘brukcizm’)
e, em português, acabou ficando com
esse nome engraçado.
Pronto. Agora, com vocês provavelmente mais tristes depois do fim
do encanto, vamos lá. Chama-se de
bruxismo o hábito de ranger (ou
apertar) os dentes. O mal está diretamente relacionado ao estresse e
à ansiedade. Por algum motivo que
nem os médicos nem os dentistas
sabem ao certo explicar, em algumas pessoas, um estado de tensão
permanente ou temporário leva à
contração involuntária e, na grande
maioria das vezes, inconsciente dos
músculos da mastigação. O que, consequentemente, faz a pessoa apertar
ou ranger os dentes.
“Algumas pessoas com níveis altos de estresse sofrem com queda de
cabelo, outras apresentam manchas
na pele. Tem gente que range os dentes. É uma contração involuntária
dos músculos da mastigação, uma
necessidade de descarga da pressão
que leva a pessoa a travar a boca”,
explica a dentista Kenya Felicíssimo,
especialista em odontologia do sono.
Sendo involuntário, inconsciente
e, ainda por cima, muitas vezes acontecer à noite, enquanto a pessoa está
dormindo, eis o primeiro desafio do
bruxismo: diagnosticá-lo. Se ele for
noturno, é preciso que alguém ouça
Poderes em Revista I 59