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C U LT U R A & M Í D I A
mais diversos estilos internacionais (beat
dos Bálcãs, som afro-americano, rock turco,
hip-hop norte americano) são combinados
com influências ou fenômenos eletrônicos
considerados “tipicamente alemães”. E, assim como acontece em outros países, aqui
também o rap assume um papel de identificação para jovens de famílias imigrantes.
Os temas pós-migratórios assumem um
papel central na literatura contemporânea
Importantes autores de origem migratória, como Navid Kermani, que recebeu em
2015 um dos mais renomados prêmios
culturais da Alemanha, o Prêmio da Paz
do Comércio Livreiro Alemão, mas também Katja Petrowskaya, Sherko Fatah, Nino Haratischwili, Saša Stanišić, Feridun
Zaimoglu ou Alina Bronsky, para citar
apenas alguns, fazem parte há muitos
anos do elenco dos mais bem-sucedidos
autores de língua alemã. Suas obras, que
refletem as experiências, por exemplo, de
um ambiente iraniano, russo, turco, são
lidas por muitos, e sua literatura leva seus
temas próprios e a experiência da imigração ao seio da sociedade.
O mesmo vale para os filmes de diretores
como Fatih Akin ou Bora Dagtekin, onde
o meio e os clichês se chocam de uma forma lúdica e divertida. A imagem que surge da Alemanha e é refletida em suas
diversas facetas é às vezes caótica e contraditória. A sociedade tem que aprender
a suportar essas ambivalências e tensões,
a arte reflete isso e oferece espaços para
extravasar os conflitos de forma pacífica.
A Alemanha pós-migratória não é necessariamente aconchegante, mas estimulante e dinâmica.
O escritor alemão-iraniano Navid Kermani recebeu em 2015 o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão