Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 64

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao organizar as reflexões oriundas do contato com esses jovens e com a instituição na qual estão inseridos, conclui-se que ao abster-se de um discurso normatizador, o analista ou psicólogo contribui para que o adolescente possa apossar-se de si e aumentar a possibilidade de construção de projetos de vida mais estáveis.

Alternar e adequar técnicas de intervenção durante os atendimentos para absorver a demanda do adolescente é obter vias para que o trabalho possa ser efetivado e a escuta clínica aprimorada.

O trabalho tem limitações na sua execução além daquelas inerentes a qualquer terapêutica porque se contamina pela dicotomia da instituição que é inata em cercear/punir e busca amparar/reabilitar. Mas este é o desafio diário do profissional que busca trabalhar com esta população.

Os muitos conflitos e desencantos advindos desta realidade não subtraem a gratificante sensação do encontro com esses jovens que nos ensinam, apesar de paradoxal, a respeitar a singularidade do outro e que a escuta clínica é uma habilidade construída no exercício da prática profissional.

Nota

1 - Relevante destacar que o nome da criança foi alterado, bem como outros dados que pudessem identificá-la.

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PATHOS / V. 09, n.02, 2019 63