Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 37

Em nosso Projeto Político Pedagógico temos discutido a questão de tempo, espaço escolar e de como garantir uma educação diferenciada. O tempo de horas aula (quatro horas) não tem se mostrado eficiente para nós. É uma estrutura estranha porque vem de fora e desconsidera a noção de tempo de nosso povo5. Por isso fomos questionados pelos anciãos pelo tempo/horas aula que nós queremos. O tempo de horas aula que foi imposto tem influenciado o comportamento dos jovens de várias formas, entre outras coisas como o uso do uniforme, por exemplo.

Convém notar que a dieta alimentar modificou-se completamente. Muitos estão hipertensos em decorrência do sedentarismo. Muitos estão deixando hábitos alimentares em troca de consumir alimentos que não sabem como foram preparados.

Outro aspecto que não é considerado pela escola que nos é imposta é a participação das crianças na vida social da aldeia. É comum as crianças faltarem aulas na época das frutas de murici, buriti e caju e é de bom senso não punir os alunos por causa disso porque estão aprendendo também6.

Quanto ao conteúdo do ensino, trabalhamos com a concepção eurocêntrica, ensinando nossos alunos conhecimentos dos não índios desde cedo na escola. Não temos materiais didáticos específicos voltados para a realidade da comunidade Xavante. É vital trabalharmos conteúdos de acordo com a realidade Xavante.

Articulação política com a Secretaria de Educação de Mato Grosso

realizada no início deste ano.

PATHOS / V. 09, n.02, 2019 36

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