Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 31

No ano de 2004 realizamos a primeira formatura de alunos no Ensino Fundamental. Isso tem ocorrido até os dias de hoje. Em 2016, o Ministério da Educação e Cultura reconheceu a escola EIBC Pamáali como referência no ensino básico em criatividade e inovação. Apesar disso, não recebemos do poder públicos investimentos necessários para a construção de prédios escolares. Nossa atual dificuldade está na restauração das casas escolares para continuarmos com o ensino via pesquisa que valorize os conhecimentos tradicionais e tecnológicos que sejam importantes para nosso povo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível desenvolver trabalhos que possam ser reconhecidos pela sociedade nacional e internacional sem perder ou deixar de ser indígena. Por isso, nossos direitos, as políticas públicas e sua gestão mostram-se como importantes e fundamentais. A nossa escola trabalha com cinco línguas diferentes sendo três indígenas (Baniwa, Koripako e Ñagetu) e duas de origem europeia (Portuguesa e Espanhola).

Em meio a esses projetos, existem outras iniciativas que a implantação de políticas de desenvolvimento local sustentável das comunidades Baniwa que são primordiais para uso de recursos naturais. Nosso território conta com mais de 3,5 mil hectares de terra onde vivem o povo Baniwa e Koripako. Os estudos mostram que dominamos muitos conhecimentos da terra, da floresta, da água (Rio Içana, Cubate, Cuiari, Ayari, Yawiari formam bacia hidrográfica importante e fundamental do Içana) e de minerais. Somente os Baniwa apresentaram resultados de estudos de paisagem em mais 300 unidades diferentes, isso é uma riqueza muito grande de conhecimento e manejo.

PATHOS / V. 09 n.02, 2019 30

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