Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 30

Os encontros de educação nos trouxeram conhecimentos técnicos e científicos, além da tradição cultural de formação milenar que orientou as nossas decisões políticas para as escolas Baniwa e Koripako. Evidenciaram, também, conflitos de grafia feitos por missionários, uma herança colonialista e religiosa. Para resolvermos isso contamos com apoio de Henri Ramirez, um linguista francês, para criarmos a unificação da grafia Baniwa, passando a ser “nossa grafia”. Como resultado, criamos um dicionário Baniwa-Koripako e Português, uma gramática que nunca foi publicada fisicamente, circulando apenas no meio digital, além de um livro sobre o grupo indígena Aruaque, do qual pertencem os povos Baniwa e Koripako linguisticamente.

Para construção física da Escola Pamáali, contamos com apoio dos estudantes secundaristas da Noruega e Fundação Nacional do Índio. Por meio do Instituto Socioambiental de São Paulo esses estudantes ficaram sabendo da nossa luta e se colocaram a nossa disposição mediante a elaboração de um projeto.

Escola Pamáali

Inauguramos a Escola EIBC Pamáali no ano de 2000. Em relação aos professores, reivindicamos a necessidade de formação em magistério. Assim, foi criado o Magistério Indígena do Município de São Gabriel da Cachoeira. Além disso, tínhamos um programa específico para professores para implantação do projeto da Escola.

PATHOS / V. 09, n.02, 2019 29

Σ

FOTO: André Baniwa, 2004