Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 15

No que diz respeito ao Coletivo TUPI, trata-se de um trabalho voltado às questões indígenas no contexto urbano do noroeste paranaense. Trabalhamos ancorados sobre um tripé, cujas bases de sustentação fundamentam as ações em atenção às famílias indígenas em situação de vulnerabilidades nas calçadas, semáforos, e todos os espaços dos centros urbanos.

A primeira base de sustentação é sedimentada nos trabalhos realizados por meio da assistência social, caracterizada pelas abordagens iniciais aos indígenas em situação de risco e vulnerabilidade social. Muitas são os indígenas encontrados nos espaços urbanos na prática de mendicância. Por vezes, apresentam também ferimentos ou adoecimentos físicos, fome, sede, frio ou calor excessivos, bem como a exposição real a perigos, ora por conta do alto volume de veículo em trânsito em seus pontos de coleta de moedas, ora pela da criminalidade fluente e crescente contra a população de rua e indígena no contexto das cidades.

Como segunda base de sustentação, damos sequência aos trabalhos de abordagem, atendimento, e acompanhamento, oferecendo os serviços de organização de grupos; pois os indígenas e suas comunidades, em sua própria natureza, dispõem de vários conhecimentos oriundos de suas culturas e tradições capazes de reintegrar os indígenas aos seus núcleos familiares e aos demais grupos das aldeias. Trata-se de uma ação coletiva de empoderamento e suporte coletivo. Nesse sentido, o Coletivo TUPI auxilia as famílias na organização de grupos de trabalhos e geração de renda, como a produção do artesanato, agricultura de subsistência, e nas expressões artística como cantos e danças nativas. O trabalho nessa fase do acompanhamento consiste, além da organização dos grupos, no auxílio para aquisição de matéria-prima e na busca por espaços para a produção e desenvolvimento dos trabalhos, como páginas de internet, eventos em geral, feiras abertas, quiosques, parcerias com lojistas e/ou aquisição das próprias lojas de comercialização.

PATHOS / V. 09, n.02, 2019 14

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