Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 8º Volume | Page 55

[...] desafiar e derrubar as estruturas sociais, políticas e epistêmicas da colonialidade – estruturas até agora permanentes – que mantêm padrões de poder enraizados na racialização, no conhecimento eurocêntrico e na inferiorização de alguns seres como menos humanos. É a isso que me refiro quando falo da de-colonialidade (Walsh, 2009, p. 24).

A problematização em relação à educação e formação nas universidades, especialmente a intercultural, objeto de discussão deste texto e da pesquisa em andamento, vai ao encontro desta “ecologia dos saberes”, à medida que busca colocar os conhecimentos que estão "fora" da universidade, para "dentro" da universidade, na tentativa de se mesclarem à epistemologia científica da sala de aula. É a partir disso que os estudos derivados do grupo Modernidade/Colonialidade se tornam base teórica da referida discussão.

Na linha da discussão da ecologia dos saberes, Castro-Gómez (2007) pretende decolonizar a universidade por meio do diálogo dos saberes. Para ele as Universidades latino-americanas, principalmente, carregam uma herança colonial e contribuem para reforçar a hegemonia cultural, econômica e política do ocidente, que apontam para um sistemático olhar do mundo na perspectiva hegemônica do Norte. Mesmo com o ingresso das “minorias” que não ocupavam esse lugar e só passam a participar da universidade pós sistema de cotas, a transmissão do saber ainda carrega heranças coloniais do conhecimento que são somente reproduzidas pela universidade.

Pontua-se que no nosso entendimento sobre as minorias compõe os povos indígenas, quilombolas, negros, pessoas de classe social de baixa renda, estudantes de escolas públicas, povos de territórios tradicionais, entre outros. Além disso, se esclarece que:

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Σ

Enfrentamento

Esperança

resistência

Amor

Felicidade

Acesso

Educação

Diversidade

Liberdade