Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 8º Volume | Page 54

PATHOS / V. 08, n.01, 2019 53

Σ

Saúde

Encontro

Equidade

Disponibilidade

Proteção

Cultura de paz

Luta

coletivo

Justiça

Empatia

Nesse sentido, tomando um ordenamento didático, este texto infere que Licenciatura Intercultural ou o curso de Educação do Campo, por exemplo, tomou como um dos esteios de funcionamento, a existência do pensamento complexo de Edgar Morin. A transdiciplinaridade e interculturalidade pressupõe a colocação em funcionamento da complexidade do pensamento, que para Morin (2006, p. 206):

O pensamento complexo é, pois, essencialmente o pensamento que trata com a incerteza e que é capaz de conceber a organização. É o pensamento capaz de reunir (complexus: aquilo que é tecido conjuntamente), de contextualizar, de globalizar, mas, ao mesmo tempo, capaz de reconhecer o singular, o individual, o concreto.

Vemos em Morin um pensamento, ainda que incipiente, de interculturalidade pois, a complexidade almejada por ele, prevê a contextualização de conhecimentos singulares, com conhecimentos globais. Esta forma “dialógica” entre culturas e saberes, faz com que este trabalho tenha a necessidade de estudar teóricos que abordam esta questão com mais profundidade, podemos verificar essa característica intercultural nos trabalhos de Walsh, como nos diz o trecho abaixo:

Pensada dessa maneira, a interculturalidade crítica não é um processo ou um projeto étnico, nem tampouco um projeto da diferença em si. Antes, e como argumenta Adolfo Albán (2008), é um projeto que aponta à reexistência e à própria vida, para um imaginário “outro” e uma agência “outra” de com-vivência – de viver “com” – e de sociedade. (WALSH, 2009, p. 22)

Outro aspecto trabalhado também por Walsh e de extrema importância para este texto é o conceito de decolonialidade do poder. Este conceito nos traz a possibilidade de se atingir um resultado prático extraclasse, diferenciado daquele da educação tradicional, já que ele pode: