PATHOS / V. 08, n.01, 2019 30
Σ
Enfrentamento
Esperança
resistência
Amor
Felicidade
Acesso
Educação
Diversidade
Liberdade
Historicamente, os alvos são conhecidos: negros, pobres, mulheres, LGBT+ e indígenas, justamente populações que desde sempre são perseguidas no Brasil e, por isso, necessitam de políticas públicas de acesso aos direitos fundamentais. Por serem portadores de um estigma social, que segundo Goffman (1975), trata-se de uma marca de ordem pejorativa conferida simbolicamente aos que diferem da norma estabelecida pelos ditames da cultura dominadora, acabam sendo vistos com desconfiança, descrédito e, principalmente, como pessoas mal vindas em determinados lugares de nossa sociedade.
Trata-se, desse modo, de um projeto que nada tem a ver com segurança pública, mas com um processo de higiene com objetivo de limpar a cidade dos indesejáveis ou, pelo menos, mantê-los enquanto massa de manobra e mão de obra barata.
Já a bancada ruralista deixa-me de cabelos em pé. Não porque é pior que as outras, mas em razão da irresponsabilidade desses parlamentares com a vida e nosso futuro. Grandes proprietários de terras, agricultores e criadores de gado tentam a qualquer custo expandir as fronteiras agrícolas. Essa linha que divide o campo da floresta, que a menos de um século atrás estava no interior do estado de São Paulo, hoje de alastra pelos rincões da Amazônia, deixando um rastro de desmatamento, morte e desamparos (IPEA, 2016).
A exemplo da grande marcha estadunidense para o oeste, ocorrida no século XIX, seguimos ainda hoje dizimando populações indígenas, usurpando-lhes suas terras e modos de vida; secando nascentes, arrancando a diversidade da flora e da fauna. Em seus lugares, simplificamos a vida, com o plantio de monoculturas e a implementação da pecuária. Esse movimento já está em curso, mas só não se efetivou a aniquilação total da vida natural em razão da legislação ambiental que, a seu modo2 , confere alguns freios a ganância por mais gado e soja.