Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 8º Volume | Page 22

Hoje, dia 01 de janeiro de 2019, começarei essa conversa, na tentativa de estabelecer um diálogo entre o Outro e o Nós, tendo como palco e cenário o desenvolvimento local, sua comunicação, livre-expressão e o desaparecimento dessa como resultado da exclusão. Tal tema me impacta e me convoca no sentido ético de minha existência, principalmente diante de perigos políticos aos quais estamos sujeitos a partir do ano de 2019.

Muitos talvez diriam, equivocada e superficialmente, como a reprodução do som de um papagaio, que tais palavras não passam de “mi-mi-mi”, que não é o momento de se fazer resistência e outros tantos diriam, sem nenhum embasamento teórico, empírico, ético e politico, que tal texto se trata de uma ideologia Marxista ou ainda Petista. Nesses últimos tempos temos ouvido acerca de diversas manifestações sociais tal reprodução desse tipo de discurso, em escala extremamente crescente, excludente e alienante.

Se partirmos do ponto de que o fenômeno da comunicação, da livre- expressão e das manifestações, como por exemplo o movimento #Elenão, denotam uma expressão pública de resistência ao retrocesso, um rico e vasto campo de saberes sociais e ideológicos, dos quais, infelizmente, muitos não se dão conta, hostilizando e se incomodando com tal liberdade e divergência de opiniões, tornando-se dessa forma, indivíduos associais incomunicáveis, estáticos e retrógrados, desconsiderando o princípio básico constitucional de um Estado democrático.

O risco do isolamento e da não existência social pode se tornar uma constante em nosso cotidiano a partir do momento político que estamos vivendo, uma espécie de censura manifesta ou latente que nos convidaria ou convocaria a deixar de falar, a não se expressar, a ter medo de sermos quem somos. Podemos reconhecer tal momento não só como a nova mordaça, mas também como a nova cegueira, que na verdade deixa de ser tão nova ao percebermos que tantos indivíduos ainda insistem, por exemplo, em negar os horrores das guerras, em especial a era fascista/nazista e os períodos das ditaduras.

PATHOS / V. 08, n.01, 2019 21

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