Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 8º Volume | Page 12

Pessoas que até então estavam vivendo suas vidas, lutando para pagar as contas no final do mês, passaram a sair de suas casas e de seus umbigos, e olharam para o outro, para os outros, para o coletivo. E, nesse movimento de sair de si, curiosamente, terminaram por se reencontrar. A vida, antes autocentrada e fechada em si, foi se abrindo a novas possibilidades. Indo para a rua ao encontro do outro, começou-se novamente a entender que pouco se faz do sofá de casa. Os finais de semana, e todo e qualquer horário “livre”, passaram a ser usados em conversas com pessoas na rua e, para alguns, se deu o desvelamento de uma cidade e de um país repleto de slams, saraus, ongs, ações e sonhadores. Grupos foram sendo formados ou encontrados. “Não estou só”. Não estamos sós.

Foi, portanto, preciso aparecer o caos, o estrume, o pior, para que a flor pudesse nascer. E aconteceu. Um reencantamento com a política, com novas formas de se relacionar, com o exercício de ser cidadão e estar no mundo. Um reencantamento pela luta e por um sentido maior na vida.

Não há cegueira no encantamento, não há inocência tão pouco. Contudo, não devemos jamais nos esquecer da força que cada um de nós tem quando estamos juntos e ao nosso lado temos

Alegria

Resistência Arte

Desejo Amor

Luta Esperança

PATHOS / V. 08, n.01, 2019 11

Σ

Saúde

Encontro

Equidade

Disponibilidade

Proteção

Cultura de paz

Luta

coletivo

Justiça

Empatia