Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 7º Volume | Page 61

É sobre este ponto que nos debruçamos no presente artigo. A partir do brincar, é possível não apenas apreender como a criança se enlaça ao outro, como também é possível verificar que o brincar é uma possibilidade de favorecimento desse enlace.

É sobre este ponto que nos debruçamos no presente artigo. A partir do brincar, é possível não apenas apreender como a criança se enlaça ao outro, como também é possível verificar que o brincar é uma possibilidade de favorecimento desse enlace.

Objetivos

Este trabalho pretende explorar o brincar como aspecto importante à constituição psíquica.

Método

Trata-se de um estudo qualitativo, cujos dados foram obtidos a partir da observação da relação entre uma mãe e seu bebê, que contava com 23 meses de idade, enquanto compartilhavam momentos de brincadeiras. Para a coleta de dados, foram usados os brinquedos da própria criança e as visitas se deram na residência em que mãe e filho moram.

As observações ocorreram diariamente, ao longo de duas semanas seguidas. O tempo de cada observação foi de uma hora por encontro, no mesmo horário, logo após a criança realizar seu desjejum matinal.

Dentre as brincadeiras realizadas, recortamos duas cenas que foram recorrentes em todos os encontros. Vale ressaltar que a criança apresentou riqueza em seu repertório e elegemos as seguintes cenas pelo fato de Gabriel1 manifestar uma preferência pelas brincadeiras apresentadas a seguir.

1ª Cena – Instrumentos musicais

Gabriel tem bastante interesse por música. Ao brincar, sua mãe comenta que a criança tem contato com essa arte desde seus primeiros dias de vida, sendo que, nesses primeiros dias,, seus pais deixavam som ambiente com música infantil. Também cantaram para a criança, seja para dormir ou brincar, comer e mesmo para distrair a criança em momentos de choro e demonstração de angústia.

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PATHOS / V. 07, n.04, 2018 60