Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 6º Volume | Page 58

Considerações Finais

Durante o percurso desta pesquisa, foi possível discorrer sobre a histeria a partir de um ponto de vista voltado a entendê-la e acolhê-la enquanto modo de expressão. Apesar do tempo percorrido até os nossos dias, faz-se perceber a possibilidade de compreensão baseada nas ideias originais de Freud, embora existam as questões culturais, sociais e individuais da atualidade.

Mesmo que existam possíveis discussões que contrariem este fator, é a partir do complexo de Édipo que a mesma irá se desenvolver, e na impossibilidade da manifestação de desejos incestuosos que irão surgir os sintomas não simbolizados de outras formas.

O caso atendido faz-se por si só um exemplo que engloba as principais questões da neurose, mas de um modo a preservar a essência da paciente, não se faz uma categorização a partir de seus sintomas, pois antes disto, houve uma escuta que permitiu construir uma relação de indivíduo para indivíduo. A falta, a insatisfação, a conversão, dentre outras características parecem falar o que Clarice, até então não elaborara, como se seu inconsciente desse recados contínuos sobre o que se passa em sua vida manifesta.

Tendo como base, os conteúdos até aqui abordados, destaca-se a importância de haver outros trabalhos a serem desenvolvidos nesta linha de pesquisa o que viria em função de reviver as ideias iniciais de Freud em tempos contemporâneos, que apesar de divergir da visão de alguns autores que determinarão a psicanálise do percussor, como algo ultrapassado, permanece como fundamento para muitos, pois a histeria ainda surge frente aos anseios hodiernos de pessoas que ainda usam a neurose em resposta aos seus sofrimentos.

Acredita-se que o fortalecimento da Psicanálise, enquanto estudo e prática poderá contribuir cada vez mais na escuta dos anseios das pessoas, de forma a compreendê-los em sua base humana e, portanto subjetiva, diferente das categorizações e separações dos manuais médicos patologizantes.

PATHOS / V. 06, n.04, 2018 57

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